“Ela soa como um sino com a noite/E você não gostaria de amá-la?” É o que Stevie Nicks canta em seu sucesso com a banda Fleetwood Mac. A música que carrega o nome de uma antiga deusa celta é considerada um clássico, e foi o sucesso que lançou o nome da cantora.

A questão central é: por que tantas pessoas se sentem atraídas por uma música sobre uma entidade galesa do século II?

(Paul Natkin/Getty Images)

No contexto contemporâneo, não há muito sentido ouvir sobre a Mãe dos cavalos, dos pássaros, dos encantamentos, do instinto, da fertilidade, do submundo, da morte e das fadas. Não sei você leitor, mas eu moro em uma metrópole com milhões de pessoas, nem sei qual foi a ultima vez que andei de cavalo ou fiquei pensando sobre o submundo(?). Não há tempo nem praticidade nisso.

E talvez seja exatamente por isso que as pessoas amem essa música.

Ao ouvir essa canção, aquela vontade interna que todos carregam de ser algo mágico se aflora. Afinal, quem não esperava receber uma carta de Hogwards ou que a avó rainha perdida de Genova aparecesse em um feriado?

Em todos há um desejo de ser aquela criança escolhida para o extraordinário dos filmes e livros. Obviamente crescemos, e não queremos mais ser semi-deuses gregos ou qualquer coisa do tipo, e sim que o ônibus tenha um lugar para você sentar.

Ouvir “Rhiannon” é sentir essa possibilidade mágica retornando. É uma canção que fala sobre os mistérios do sobrenatural com a voz de Stevie Nick nos envolvendo como se fosse um feitiço, tornando a experiencia hipnotizante. Ela foi composta depois que a cantora leu o livro “Triad” de Mary Leader, cuja personagem principal é possuída por um alter ego com o nome de Rhiannon, a deusa celta. A base para tudo foi mágica, desde a primeira melodia. Todos esses elementos são transmitidos para quem ouve a canção.

Vivemos em rotinas cansativas e tediosas de trabalho, prova, prazos. Necessitamos de pequenos escapes para não nos tornarmos robozinhos.

Aí entra “Rhionnan”.

São poucos minutos que te transportam para aqueles mundos diferentes e distantes que sempre sonhou. A sensação que você é uma velha anciã que guiará um Hobbit em uma viajem extraordinária ou uma bruxa poderosa que mora em uma floresta distante. É o sentimento de ser mais que um número em um cartão para passar na catraca, como se naquele instante tudo de extraordinário que tem dentro de você se expressasse no exterior.

Poucas músicas conseguem te fazer esquecer o ambiente em que está, e “Rhiannon” é uma delas. É uma fuga tão fácil, não é preciso nem sair de casa em busca de tesouros em terra longínquas, é só dar um play! E por mais que seja uma música apropriada para começar um ritual de primavera, também é adequada para um jantar em família ou uma faxina pela casa. Não é um prazer culposo que se esconde de todos por medo de vergonha. Muito pelo contrário, é o tipo de canção que quando tocada todos pedem para aumentar o volume.

“Rhiannon” é adorada por se um portal para um mundo mágico, a pequena porta escondida na parede, o frasco pedindo para ser bebido. É sentir a leveza de um hippie dos anos 70 que não tem responsabilidades ou a felicidade de uma criança que encontra um espirito da floresta em seu quintal. É uma mitologia antiga e distante que te leva aos mistérios que você sempre quis ir e nunca pode.

Para sentir tudo isso?  Só um toque. As músicas do Fleetwood Mac estão disponível em quase todos os canais de streaming como Spotify, Deezer, ou Apple Music, incluindo o sucesso “Rhiannon”.

também conhecida como Velha dos Gatos, Verme Insolente, Renegada da Vila da Folha e Agente Romanoff.