Não é exagero considerar Miles Davis como um dos músicos mais importantes do século XX devido a sua influência no jazz. Mas a genialidade do artista não se limitou somente à música: Miles também era um grande pintor.
Muito antes mesmo dos geniais multiartistas Donald Glover/Childish Gambino e Seu Jorge, Miles Davis já extrapolava os limites da arte ao explorar outras áreas. Desenho e pintura eram atividades terapêuticas para Davis, que ajudavam a manter a sua mente ocupada e relaxada enquanto não estava tocando, servindo como uma grande alternativa às drogas segundo o próprio. E o músico gostava MESMO de pintar quando não estava tocando. Mikel Elam, o assistente pessoal de Miles Davis, disse que parte do seu trabalho era garantir que houvesse tela e tinta disponíveis em qualquer hotel que o astro fosse hospedado.
A intimidade do Príncipe da Escuridão com a tela e o pincel era tão grande que suas obras visuais agressivas criaram um grande contraste e independência da sua música minimalista e requintada – segundo Jo Gerlbard (escultora que deu aulas de artes plásticas e engatou um romance com o músico), o trompetista ficava extremamente à vontade e se divertia muito ao pintar, sujando todo o corpo e as roupas durante o processo. Como uma grande criança de 50 anos.
A influência visual de Davis abrange desde pinturas tribais africanas até Basquiat e Picasso. Seu fascínio pelas artes visuais também pode ser notado nas capas de alguns dos seus álbuns mais famosos, que foram assinadas pelos pintores Corky McCoy (On the Corner e Big Fun) e Abdul Mati Klarwein (Bitches Brew e Live-Evil).
E pra não dizer que o próprio Miles Davis ficou de fora dessa, a família do artista lançou um álbum póstumo “Rubberband” no qual a arte da capa é uma de suas pinturas.
O álbum Rubberband contém músicas inéditas gravadas (mas nunca lançadas) enquanto Davis ainda estava vivo e se encontra nas principais plataformas digitais de música desde o dia 6 de setembro de 2019.
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