Criada por Pendleton Ward, mesmo criador de Hora de Aventura, The Midnight Gospel não é apenas uma série nonsense feita para maiores. A série traz à vida de Clancy, que entra em realidades simuladas para a gravação de seus “espaçocasts”, que seriam videocasts enviados para todo o espaço.
O diferencial da animação é que ela é uma experiência transmídia, pois traz trechos retirados de episódios do podcast Duncan Trussel Family Hour de Duncan Trussel, que abordam temas diversos como a experiência com o uso de drogas psicóticas e a indústria da morte, junto com uma animação mostrando outra situação, como um apocalipse zumbi ou uma aventura no inferno.
Cada capítulo da história conta com um novo tema e uma nova simulação, mas sempre flertando com a ideia de vida e morte, sendo ela puramente física ou indo para o plano espiritual e existencial. O conceito de origem é outro que é muito falado dentro da série, com o levantamento de questões sobre a origem humana e a da religião.
A “aleatoriedade” dos episódios é um fator proposital na produção, pois mesmo apresentando temas contrastantes na fala com a animação, os dois juntos criam uma história própria que prende a atenção do espectador de uma maneira diferente do que já se foi visto.
Mas apesar de tudo isso, o que mais impressiona em Midnight Gospel é como os diálogos, que tratam de temas de difícil entendimento com uma grande profundidade, são ditos com tanta facilidade e uma grande compreensão. Moral e depressão são temas que Trussel discute com tanta naturalidade, usando experiências passadas e teorias da filosofia como fundamentos para seus questionamentos, e isso com uma animação que faz uso de cores vibrantes e movimentos fluídos. É tanta coisa, que parece uma simulação, feita por Clancy dentro de sua van.
The Midnight Gospel está disponível na Netflix e Duncan Trussel Family Hour está disponível no site de Duncan.
