A Netflix decidiu explorar um pouco mais o mundo das animações, lançando no último 23 de Outubro um longa-metragem audacioso intitulado A Caminho da Lua

A História acompanha a trajetória de Fei Fei, uma garota ambiciosa que com seus 13 anos de idade, decide ir à lua para se provar certa a família. A menina havia perdido a mãe muito nova e ainda batalhava com o luto. Dessa forma, quando seu pai finalmente traz para casa uma nova namorada, Fei Fei se sente traída.

Por crer com todas suas forças em Chang’e, deusa da mitologia chinesa que se diz definhar na lua na espera eterna por seu amante mortal, Fei Fei decide encontrá-la. A heroína argumenta que, se ela puder provar que Chang’e e o amor eterno realmente existem, seu pai terá que dispensar a namorada e se dedicar à memória de sua mãe.

Tratando-se de uma história sobre amor e família que se passa na China, parte da equipe viajou até lá para um período de imersão cultural, para que pudessem mostrar uma visão mais íntima e autêntica do país.

Peilin Chou, produtora do longa, contou que o filme acabou ganhando também um toque muito pessoal assim que Audrey Wells tomou o papel de escrever o roteiro.

A roteirista, mais conhecida pela versão cinematográfica de O Ódio Que Você Semeia (2018), faleceu durante o desenvolvimento do longa devido a um câncer, mas usou esse último trabalho para deixar uma mensagem de amor para a própria família. 

“Ela realmente se conectou com a história tematicamente pois ela também estava em uma jornada própria na vida dela. Nós só descobrimos pouco mais de um ano durante o desenvolvimento do projeto, ela compartilhou conosco que estava doente e que não tinha muito mais tempo restante. Ela realmente queria deixar esse filme como uma carta de amor para a própria filha e o marido, sobre o que acontece quando as pessoas morrem, que o amor realmente ainda dura para sempre.” Conta Chou.

Por tratar de temas como amadurecimento, perda e folclore, A Caminho da Lua foi duramente comparado a Viva – A Vida é uma Festa (2017). E, em meio à tantas críticas, o filme ainda se destaca por suas paisagens “kandinskyanas” nunca vistas e o retrato nítido, delicado e essencial do que é o luto. As personagens ultrapassam as cores e as canções e se conectam por compartilhar de uma dor que nunca realmente vai embora, mas (assim como o longa destaca) pode ser minimizada pela companhia daqueles que amamos e a partilha desses sentimentos com outras pessoas. 

O filme é animado em 3D e dirigido pelo animador veterano e ganhador do Oscar, Glen Keane. O diretor é muito conhecido por trabalhar em diferentes longas da Disney, tais como A Pequena Sereia (1989), A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992) e Tarzan (1999), além do curta-metragem premiado, Dear Basketball (2017). A Caminho da Lua é dublado em inglês por atores de herança (principalmente) do leste asiático, contando com as vozes de grandes estrelas, dentre elas; Cathy Ang, John Cho e Sandra Oh.  

Construindo minha odisseia com palavras que encontro por aí