Já estamos em 2020 e o Oscar, uma das maiores premiações do cinema, continua relutando para indicar mulheres em suas principais categorias. Claramente, assim como nos últimos anos, as pessoas se revoltaram e levantaram hashtags como #OscarsSoMale nas redes sociais em forma de protesto.

Esse ano especificamente as atenções foram voltadas à Greta Gerwig, diretora de “Adoráveis Mulheres”, que foi completamente injustiçada por não ter entrado na lista de indicados a melhor direção pois todos os nomeados eram homens. Entre as 92 edições da premiação, apenas cinco mulheres competiram nessa categoria e, ironicamente, a última que o fez foi a própria Greta com “Lady Bird” em 2017. Até agora, apenas Kathryn Bigelow levou a estatueta de melhor direção por “Guerra ao Terror”.

Devido a essa injustiça, a atriz Natalie Portman fez um protesto discreto no tapete vermelho do Oscar que aconteceu ontem (09). Por cima de seu lindíssimo vestido, Portman vestiu uma capa com os sobrenomes de diretoras que não foram indicadas à premiação bordados na peça de roupa. Alguns dos sobrenomes eram Gerwig, Wang (diretora de “A Despedida”) e Scafaria (diretora de “As Golpistas”).

Apesar dessa enorme marginalização em relação as mulheres, é legal ressaltar alguns pequenos destaques que ocorreram nessa última edição da premiação. Um deles foi o fato de que Brie Larson, Gal Gadot e Sigourney Weaver (Capitã Marvel, Mulher Maravilha e Tenente Ripley, respectivamente) subiram ao palco para apresentar a maestrina Eímear Noone que se consagrou como a primeira mulher a reger a orquestra do Oscar. Ela compôs a trilha do jogo “World of Warcraft” e alegou que espera que outras garotas olhem para o que ela conquistou ontem e pensem que podem fazer o mesmo.

Ainda falando de música, Hildur Guðnadóttir levou o prêmio de melhor trilha sonora original por suas composições em “Coringa”. A islandesa é a quarta mulher a ganhar uma estatueta nessa categoria sendo a primeira desde 1997.Uma coisa muito incrível que muitos não sabem é que Hildur compôs as músicas do longa antes dele começar a ser produzido. Ou seja, antes de ter qualquer contato com o roteiro ou direção, as músicas já estavam prontas e o filme todo foi trabalhado em cima delas. Além do Oscar, ela também levou o Golden Globe e o BAFTA para casa esse ano. Guðnadóttir deu um discurso muito inspirador, afirmando para todas as mulheres, mães, filhas, garotas usarem suas vozes porque queremos ouvi-las.

Outros destaques que aconteceram ontem são que “Hair Love” venceu o prêmio de melhor curta de animação, abordando a relação de uma menina negra com seu cabelo cacheado e que Janelle Monáe e Billy Porter abriram a premiação com um número musical e parabenizaram as mulheres queers que fazem parte da indústria do cinema.

Bom, a gente sabe que ainda tem muito pra mudar no mundo do cinema e que a igualdade de gênero nessa esfera ainda está muito longe de ser concretizada. Por isso, essas discussões e revoltas nas redes sociais ainda são muito necessárias para que, não só o Oscar, mas todas as premiações entendam a importância de dar voz e espaço às mulheres.

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