Fazer um filme sobre jornalismo investigativo é algo bem desafiador. É difícil retratar uma história real sem deixá-la “maçante”. Os produtores de “Spotlight”, filme lançado em 2015, tiveram certa dificuldade para não deixarem as pessoas entediadas enquanto assistiam à produção. Por isso, o canal do YouTube “Nerdwriter” fez um vídeo explicando como os diretores do longa superaram esse obstáculo.
Spotlight é um dos melhores filmes sobre jornalismo investigativo já feito, mesmo que fale sobre um grupo de repórteres fazendo pesquisas e procurando pistas no Google. A produção conta a história de um grupo de jornalistas que investiga o abuso de crianças por padres católicos, acobertados pela Igreja. O longa levou o Oscar de melhor filme e o de melhor roteiro para casa em 2016.
Mesmo assim, os produtores afirmam que é muito difícil retratar a esfera jornalística nas telonas, fazendo com que ela pareça cinematográfica. Eles afirmam que é complicado porque a maior parte do trabalho dos jornalistas investigativos é ler, coletar fatos e conversar com pessoas.
Pensando bem, um grupo de pessoas fazendo pesquisas, tabelas no Excel e imprimindo documentos soa entediante. E, se você está tentando contar uma história verdadeira, muitas vezes não há elementos emocionantes como tiroteios para aumentarem a adrenalina da cena.
Um dos pontos mais poderosos e geniais desse filme é que a história vai borbulhando e parece que vai explodir a qualquer momento, como a erupção de um vulcão. Essa sensação de urgência faz tudo que acontece no filme deixe aqueles que estão o assistindo completamente entretidos. O vídeo mostra que, assim como o filme “Todos os Homens do Presidente”, Spotlight é menos sobre a história em si que os jornalistas estão investigando e mais sobre o processo todo para chegarem a respostas.
Um dos recursos que os produtores do longa utilizaram para deixarem a rotina dos jornalistas mais interessante é a montagem. Ela é extremamente útil quando se precisa mostrar a quantidade de tempo e esforço de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. Outro recurso bem explorado no longa é a escolha de cores e enquadramentos pelo diretor de fotografia. Isso dá um certo movimento para filme, não deixando-o lento.
Spotlight realmente conseguiu ultrapassar as barreiras da monotonia balanceando todos esses elementos, misturando assuntos mais sérios com conexões emocionais e pessoais dos personagens.
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