A história drag teve início na Grécia Antiga, enquanto nascia o teatro, em que os papéis femininos eram feitos por homens, já que mulheres eram proibidas de performar. “Drag” inclusive é um termo que vem do verbo em inglês “to drag”, que era escrito nos pés das páginas que continham essas personagens, para referenciar as longas roupas que se arrastavam pelo chão.
O “queen” de Drag Queen, foi adicionado no século 20, quando homens gays passaram a performar vestidos de forma feminina. Como as mulheres já podiam fazer parte do teatro, as drags passaram a ser vistas de forma cômica e apenas como outra forma de entretenimento, dessa forma, começaram com maquiagens extravagantes, roupas exageradas e muito humor para conter o público. Apesar da intolerância, muitos bailes de crossdressing já eram conhecidos mundialmente, principalmente os de Berlim, na Alemanha. Outro baile famoso era o de Washington, promovido por William Dorsey Swann, um das primeiras “rainhas drag”.
Pouco se sabe sobre o início da cultura drag, não apenas por conta da opressão que sofriam, mas por grande parte das artistas possuírem raízes na classe trabalhadora. Porém, muitas pessoas não desistiram e tentaram levar para o mundo essa cultura. Em 1929, a comédia musical “Splinters” contava a história real do grupo “Les Rouges et Noirs”. E em 1970, o escritor Gilbert Oakley publicou o livro “Sex Change and Dress Deviation”, que contextualizava o cotidiano drag.
Ainda que exista muito preconceito, hoje a cultura drag é reconhecida e as artistas estão perto de ter a visibilidade que merecem. “RuPaul ‘s Drag Race”, por exemplo, é um programa que deu oportunidade para muitas drags que não tinham o reconhecimento que mereciam, não tinham empregos, passavam por dificuldades e as ajudou a criarem uma carreira. Atualmente, a série possui mais de 15 temporadas em diversos países e 63 nomeações ao Emmy, com 26 títulos conquistados. E, além disso, RuPaul é a pessoa negra mais gratificada na história da premiação.
No dia 30 de agosto de 2023, estreou o primeiro episódio de “Drag Race Brasil”, no serviço de streaming Paramount+. A franquia de competições coloca suas participantes em diferentes tipos de provas para, no fim, provar quem é a Drag Superstar. E agora, pela primeira vez, podemos ver a energia brasileira no programa pelas próximas quartas-feiras.
Logo no primeiro episódio, acompanhamos as drags Aquarela, Betina Polaroid, Diva More, Naza, Melusine Sparkle e Miranda Lebrão em uma das provas mais complicadas do reality: elas são desafiadas a compor uma música e produzir um clipe como uma girl band. Em outras edições do programa, esse desafio ocorreu nos últimos episódios da temporada, mas as brasileiras já chegaram com tudo desde o início.
Além das provas, cada episódio conta com grandes presenças como jurados, sendo dois fixos e um que muda semanalmente. A bancada trouxe Dudu Bertholini, designer de figurinos, e Bruna Braga, maquiadora e humorista, como fixos para toda a edição, e Gretchen, como primeira convidada. Ainda contamos com a incrível apresentadora Grag Queen, vencedora do Queen of The Universe (2021) e conhecida mundialmente.
Porém, o programa não apresenta apenas seis drags. No fim do episódio, mais seis artistas fazem sua primeira aparição, sendo elas: Dallas de Vil, Hellena Malditta, Organzza, Rubi Ocean, Shannon Skarllet e Tristan Soledade. Elas participaram do mesmo desafio que o outro grupo, na última quarta-feira, dia 6 de setembro, e depois descobrimos que era uma competição entre grupos! Mas para descobrir quem ganhou, precisa assistir!
”Drag Race” é um programa muito divertido, as participantes são engraçadas e é sempre um ótimo entretenimento discordar dos jurados e defender sua drag favorita. Nesta edição Brasil, eu sou #TeamBetinaPolaroid e recomendo escolherem seu time também.