Quem nunca olhou para o céu e questionou como os aviões conseguem voar sendo veículos tão pesadas ou como essas naves são construídas?

Essas foram perguntas também feitas pelo grande diretor Hayao Miazaki durante sua infância, criando uma influência em sua vida que se espalhou em suas obras. Então aproveitando a chegada dos filmes do Studio Ghibli no catálogo da Netflix e inspirado pelo vídeo abaixo do The Royal Ocean Film Society, hoje gostaria de falar sobre a importância das aeronaves nos filmes de Miazaki.

Hayao Miazaki não é nenhum desconhecido quando o assunto é aviões, seu pai era dono de uma oficina de montagem de aeronaves durante a Segunda Guerra Mundial, e o diretor, ainda garoto, criou um grande afeto pelas máquinas, desde do modo de montagem até o voo das naves.

Por conta desse aprendizado em sua infância, as aeronaves nos filmes de Miyazaki são diferentes das de outros filmes de animação, pois elas têm um realismo indireto nelas que faz o espectador acreditar na ideia de uma nave com um design tão diferenciado e que aparenta pesar toneladas e mesmo assim consegue voar nos céus.

Essa ideia é adquirida principalmente pelo modo que os aviões ou os zepelins funcionam, como o motor é ligado e como a propulsão é feita, dando credibilidade a ideia de a aeronave levantar voo e ir aos ares.

Entretanto o mais importante para o diretor não é apenas a nave e sim o piloto e como ele se relaciona aos céus, aspirando a liberdade de voar. Mas o ideal de liberdade do voo pode também de distorcido pelo homem e ser usado como causa para guerra, usando a tecnologia como arma ou como instrumento de poder, levando à corrupção e destruição.

Filmes com Vidas ao Vento (2013) e Porco Rosso (1992) tratam sobre o assunto de aeronaves de forma mais explícita, mostrando a vida de pilotos e a dualidade do uso dessas aeronaves tanto para a guerra, quanto para a liberdade. Além disso, também são em filmes como O serviço de entregas da Kiki (1989) e Castelo no Céu (1986) onde o diretor brilha ao criar uma trama não sobre o voar em si, mas sobre como outros aspectos do cotidiano apresentam os ideais do voo, isso ainda incluindo algo relacionado às aeronaves, montando uma obra mais sublime, mas que ainda causa o mesmo impacto que as outras. E essa sublimidade no uso de aeronaves é o que mais atraí nos filmes de Hayao Miyazaki.

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