Sex Education, uma das séries de maior sucesso da Netflix, teve a sua terceira temporada confirmada na última segunda feira (dia 10 de fevereiro).

Por mais que tenha sido um sucesso de audiência e crítica, a segunda temporada merece ser ressaltada pelo grande aprofundamento de sua discussão acerca de temas muito importantes para a sociedade. E não, não estamos falando só sobre sexo.

Sex Education é ambientada em uma Inglaterra atual, e possui cenários idílicos, personagens chamativos e uma direção de arte deslumbrante. Todos esses elementos imprimem uma certa aura de fantasia caricata à obra, que se distancia (à primeira vista, claro) da vida urbana, transeunte, cinza e cotidiana de uma grande metrópole.

Todos os episódios abrem com uma tradicional cena de sexo (ideais pra ver no meio da sala, com toda a família e o volume no máximo). Essas sequências iniciais sempre abordam uma questão específica da vida íntima, e com o desenrolar da narrativa é possível explorar um pouco mais os segredos dessa série, que nos cativa com uma história muito além da fantasia. E sim muito próxima da nossa realidade.

Mas mesmo assim, o show de streaming conta sobre a nossa realidade, com inúmeros personagens extremamente complexos e cativantes, aglomerando arquétipos clássicos que remontam a estigmas e enraizados em nossa sociedade, e ao mesmo tempo, arquétipos contemporâneos que renovam o imaginário jovem com rostos mais familiares e pensamentos próximos da nossa realidade. Além de dificuldades e angústias mais próximas da nossa realidade também.

Temos adultos lidando com problemas no casamento, novos relacionamentos e situações de trabalho, dividindo tela com adolescentes cheios de hormônio descobrindo os mais variados prazeres do sexo, ou até mesmo a assexualidade e como cada um tem o seu papel para a sociedade. E todas essas relações são mediadas pela humanidade mais crua e natural possível. Aquela que evolui aos trancos e barrancos. E também, claro, no sentido mais biológico possível da evolução: com muito sexo.

Sex Education nasce como clássico e, como uma abordagem pós-moderna de Shakespeare, ensina sobre sexo, sobre amor, sobre decepção, sobre pessoas, sobre responsabilidades, sobre o custo da mentira, sobre a importância da sinceridade, sobre como fazer boas escolhas e, mais importante ainda, sobre como aprender com os erros das más escolhas.

Basicamente essa série é a aula que todos nós, infelizmente, não tivemos no colégio. E recomendo estudar bastante, porque a prova é… a vida.

Confira a história em quadrinhos da série, produzida por autores brasileiros, aqui!

Amigão da vizinhança, torcedor do Bahia e mestre pokémon nas horas vagas