Na Era Digital, nós da publicidade não somos mais apenas comunicação. Talvez demoramos muito tempo para perceber que a função das agências é conectar marcas e pessoas. Devemos parar de pensar no consumidor apenas como shopper.

Com a tecnologia foi possível a construção de bases de dados que possibilitam compreender de forma mais completa os hábitos dos consumidores. Desconsiderando a parte problemática dessa sociedade disciplinar que estamos cultivando (você pode se assustar um pouco com esse fator nessa matéria da Super Interessante), para a propaganda isso significa que podemos otimizar a nossa comunicação dizendo o que importa e propondo novos serviços que façam a diferença na vida das pessoas e das marcas.

Não se trata de tecnologia e sim de comportamento, nosso papel no final é que as coisas façam sentindo e deixemos de ser um monte de marcas gritando mensagens sem significância. A questão é: Como eu posso fazer parte dessa cultura?

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A TIM é um exemplo de marca que soube fazer bom uso do que a tecnologia pode oferecer para consumer insights. O TIM Beta é o produto da empresa responsável por amenizar a má fama que possui. Eles repensaram o mercado de telefonia e o transformaram num grande jogo. Aberto apenas para convidados (à la Orkut 2001), os usuários ganham benefícios (que vão desde desconto, bônus a eventos exclusivos) o quão mais influentes nas redes sociais eles forem. Confira o videocase:

Outro exemplo são as séries da Netflix. Disponibilizadas como um pacote cheio de episódios, ao contrário do que fazem as grandes emissoras que gravam as séries aos poucos, lançando um piloto e medindo a sua repercussão. Você já se perguntou o porquê? Bom, a resposta está na base de dados da Netflix. Enquanto você vai gastando horas, dias, meses, sua vida social toda na frente da telinha (confira o que o Du disse sobre isso aqui), a galera da empresa descobre cada vez mais sobre o seu gosto. Dessa maneira fica fácil produzir uma série de sucesso. No caso de House Of Cards, já era sabido que parte dos assinantes já tinha visto o trabalho de David Fincher e Kevin Space avaliando os muito bem.

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Buscar saber mais sobre as pessoas que consomem seu produto não é de longe uma característica exclusiva dos novos tempos. Walt Disney já fazia isso nos seus parques muito antes de Mark Zuckerberg nascer. A questão é que muitos simplesmente esqueceram disso quando foram para o mundo digital. O fato é que se você não acompanha a velocidade em que a sociedade se liquida, você simplesmente encalha, não é inovador e se torna caro.

Texto de Victor Brandão

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