Em tempos cuja principal fonte de notícias de todos nós são as timelines em redes sociais e blogs de opinião, aquele bom e velho jornalismo, das pessoas que entendem o impacto de cada uma de suas palavras, que fazem as questões corretas até a verdade vir à tona ou mesmo aqueles que arriscam suas vidas para levar o que acontece no mundo até o público, por vezes é visto como moribundo.
A nova série de vídeos do Sunday Times britânico, Unquiet Film Series, faz jus a um dos jornais mais antigos do país, presente até mesmo em grandes obras literárias (era o jornal lido por Sherlock Holmes) e grande fonte de informações embasadas e fidedignas.
Com 4 vídeos já publicados e mais 3 já programados, sendo que cada um assinado por um premiado diretor independente, a série procura mostrar a importância das “mentes inquietas” na produção cultural de impacto que é o jornal. São autores como Caitlin Moran, Ben Macintyre, Matthew Parris, Brian Deer e David Walsh (este último responsável pela revelação de doping de Lance Armstrong e sua subsequente retirada de títulos do Tour de France).
O primeiro vídeo, The Power of the Words, mostra como uma ideia ainda é, lembrando o ideal situacionista, perigosa e como o uso das palavras é fundamental para sua propagação e aceitação.
Já Question Everything é uma verdadeira aula sobre como funcionam os mecanismos de notícias que chegam até nós e como cada informação é meticulosamente digerida e apresentada deforma a validar um ponto de vista específico.
Aliás, na era do facebook em que cada vez mais pessoas compartilham links “bombásticos” sem nem mesmo ler seu conteúdo, que muitas vezes contradiz seu próprio título, a ideia de questionar e ir a fundo nas informações recebidas parece ser o antídoto ideal para a apontada “falha de educação” que acomete muitos dos que, inclusive, fazem essa própria acusação ao povo brasileiro.
Em Times New Roman, vemos a história e as histórias que envolvem a criação de uma das fontes mais conhecidas do mundo. Com um ar sério e um tanto específico, a fonte não é uma das mais utilizadas por designers, apesar de ser unanimidade em questão de bom gosto. É uma das fontes com mais valor histórico, ao lado da Helvetica, tipografia fundamental na história do design gráfico e até hoje uma das mais versáteis e utilizadas.
O último vídeo, Photojornalism, é uma homenagem aos grandes fotógrafos que tiveram seu trabalho impresso pelo jornal, de alguns dos eventos que mais marcaram a segunda metade do século XX.
O vídeo utiliza a técnica de parallax, que transforma duas fotografias em uma imagem tridimensional. O resultado lembra uma fusão do belo comercial PARALLAX, da WWF, com o livro/filme Clube do Bang Bang, sobre os fotógrafos que arriscavam sua vida na África do Sul, durante os anos de guerra civil e étnica.
Os vídeos que ainda estão para sair são: Telling the Story, Bringing the World to Britain e Cultural Impact.
Uma ação bonita, honesta e verdadeira da Grey, de Londres, que busca a essência do trabalho jornalístico, bastante forte e ainda presente mesmo diante dessa mudança de mentalidade e comportamento que a era da informação nos trouxe.
Você precisa fazer login para comentar.