Um grande desvio de caráter meu como publicitário no contexto mercadológico selvagem de São Paulo sempre foi o fato de eu nunca ter levado a sério o LinkedIn – meu perfil tem uma foto, uma biografia e algumas informações basiquíssimas sobre mim, só -. Fazendo algumas conexões com conhecidos aos quais trabalhei no passado, logo de cara me impressiono: vários desses estavam estagiando em grandes empresas do mundo corporativo. Claro, é incrível ver pessoas que compartilhavam o mesmo ambiente que você atingindo lugares de prestígio, acabo sentindo que estou no caminho certo. Mas o problema estava logo abaixo, quando decidi olhar as publicações dessas pessoas. Vejo TUDO exceto a verdade:

Gratificações para lá e para cá, pesquisando a próxima palavra difícil a se publicar. A verdade é que todo aquele trabalho foi extremamente estressante, que em momento algum fez sentido pra você; que fez repensar a sua própria profissão; que seu grupo tinha uma Juliana insuportável que só aceitava fazer as coisas do jeito dela. Tudo para, no final, o cliente pedir para mudar metade do que foi feito – enfim, ossos do ofício -. De qualquer maneira, é louco pensar que a vida real dessas pessoas de mentira levam exatamente a lugares de prestígio. Mentir nunca teve uma perna tão longa.

“Mas então o que você sugere?”

Sinceramente, eu não faço ideia, até porque todos nós sabemos que não vai acontecer um movimento lindo com coração das pessoas sendo tocado por um arco-íris e repentinamente o LinkedIn deixaria de ser dessa forma. Mas quem sabe esse texto seja um primeiro rastejo.Talvez seja apenas o relato de um universitário revoltado? Sim. Talvez eu nunca trabalhe numa Nestlé, talvez o meu livro nunca seja um best-seller, mas pelo menos eu nunca fingi gostar da Juliana, afinal, sejamos honestos, ninguém gosta da Juliana.

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