Se você está familiarizado com o cenário dos quadrinhos nacionais – ou até mesmo dos quadrinhos no geral – com certeza já deve ter visto algo sobre Samurai Shiro, a nova obra prima do celebre quadrinista Danilo Beyruth. Caso contrário, estou aqui para te apresentar.
Samurai Shiro, como o titulo sugere, é uma história de origens japonesas; assim como uma porcentagem expressiva da população da Terra da Garoa. Ambientada no famoso bairro da Liberdade, redutos de imigrantes nipônicos no interior do estado e até o próprio Japão. Uma verdadeira odisseia emocionante ambientada na cultura desse casamento entre Japão e São Paulo. A obra também se destaca por trazer uma protagonista feminina totalmente livre das construções tradicionais: Akemi, uma jovem descendente de japoneses bem forte e independente, que mora sozinha e pratica Kendo no seu tempo livre. Com o decorrer da narrativa, a garota encontra um homem misterioso sem memória com uma katana, faz várias descobertas e entra em conflito com o seu misterioso passado, ligado a máfia japonesa.
Portanto, a violência é um dos destaques do quadrinho, sendo essencialmente presente na historia, além de notavelmente possuir uma certa e esperta influencia tarantinesca; tendo em vista o protagonismo da Akemi, o enredo de vingança e até o drama envolvendo a katana, elementos também fundamentais do aclamado “Kill Bill”, quarto filme de Quentin Tarantino, dividido em dois longas. O autor aproveita bem esse plano de fundo profundo e violento para protagonizar sequências de ação bem intensas com Akemi, com destaque para uma luta no trem do metrô, cenário popular paulistano, que é uma das minhas passagens favoritas e do próprio Beyruth também; ele destacou o trecho em um vídeo-entrevista para o canal Pipoca e Nanquim, afirmando que achava um absurdo a ausência de uma sequencia de ação no metro de SP por ser tão característico, então preencheu esse vácuo com muita perfeição, criatividade, chutes, socos e tiros.
O romance gráfico foi lançado no final de 2018 e se destacou como a principal aposta do autor paulistano na Comic Con Experience, o maior evento de cultura pop da América Latina. Em termos estéticos, o livro possui um acabamento muito acima da média para quadrinhos nacionais, internacionais e líderes de venda no mercado, com uma arte de capa que já te mergulha na temática oriental da história desde o primeiro olhar e merece um lugar de destaque na prateleira. Se você é uma pessoa ainda não muito chegada nos quadrinhos nacionais, Samurai Shiro pode ser a sua porta de entrada perfeita, com muito estilo, sensibilidade e porradaria!
Texto de Matheus Rodrigues de Almeida
Produzido durante a Oficina de Produção de Conteúdo para Digital do Arenas ESPM.
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