Ragnarok, série lançada em 2020, chegou ao fim em 24 de agosto de 2023, em sua terceira temporada. A série, ambientada em Edda, na Noruega, conta a história de um jovem ativista que nota algumas mudanças climáticas na região. Entretanto, ao juntar algumas informações, o ativista e seu grupo  notam que tudo aquilo estranho era na verdade o ressurgimento de um evento da mitologia nórdica, o Ragnarok. Além disso, ele e seus amigos eram a reencarnação de diferentes deuses e teriam que lutar contra os Gigantes, criaturas da mitologia, representadas pela família Jutul, oligarcas da  cidade. 

Magne (David Stakston), o protagonista, se descobre a reencarnação de Thor, e precisa passar por diversas situações, assim como o deus nórdico. Na primeira temporada, Magne enfrenta questões clichês de ensino médio, como problemas de socialização e aparência, bem como  uma briga judicial com a corporação da família rica da cidade que poluiu o rio que sustentava a população. Apesar da boa ideia, o roteiro deixa a desejar em alguns momentos, por sua falta de naturalidade e conexão entre os eventos. As atuações são superficiais e não geram conexão com os personagens. 

A briga interminável de Magne com a família Jutul é o link para a segunda temporada, que tem um grande desenvolvimento em sua qualidade. As atuações são melhores e o roteiro evolui. Nos novos episódios, os deuses já se identificam  e têm maior domínio de seus poderes, e as brigas se tornam muito mais interessantes, com Magne podendo enfrentar os antagonistas de maneira muito mais satisfatória. Além disso, são introduzidos novos personagens, que agregam positivamente aos eventos. 

Com foco em Laurits, irmão de Magne – e consequentemente, Loki – a temporada traz a trama do Deus da trapaça, responsável por gerar a criatura que mataria seu irmão. Como um dos arcos mais importantes da série, esse fato é responsável por causar diversas intrigas entre as famílias, principalmente por Laurits ser metade Deus e metade Gigante, ou seja, também ser parte da família Jutul, com quem Magne briga desde o início. 

Chegando na terceira temporada, a história deveria se encerrar com a batalha histórica entre os Deuses e Gigantes e, finalmente, realizar os eventos do Ragnarok, porém, como uma forma de decepcionar todos aqueles que acompanharam a série desde o início, tudo é resolvido com um aperto de mão. Depois de passar três temporadas em guerra assumida, os personagens decidem encarnar uma personalidade pacifista e desistir de tudo que batalharam. São criados finais fúteis para todos os personagens: a empresa milionária depois de anos negando, resolve aceitar mudar suas atitudes que até então eram irreversíveis; Magne é colocado como esquizofrênico; e todos encerram em um almoço juntos como se não tivessem passado um ano quase – literalmente – se matando. 
Ragnarok, até o penúltimo episódio, vale a pena se não tiver opções melhores. Mas o fim, é terrível.