Esse final de semana é marcado como um grande dia para todos os nerds da terra, pois o tão aguardado filme Capitão América: Guerra Civil chega ao cinema. O 13º filme do Universo Cinematográfico da Marvel  possui toda essa expectativa, porque é inspirado em uma das HQ’s mais célebres da Marvel e conta como a maior equipe da empresa entrou em confronto, se dividindo entre a equipe do Capitão América e a equipe do Homem de Ferro.

A guerra ocorre por conta de uma lei de registro dos heróis em que a autoridade, a responsabilidade e o controle dos heróis é colocada nas mãos das figuras maiores, o Governo americano e a ONU. Porém, por ser considerado um assunto muito delicado, tanto Tony Stark como Steve Rogers pensam de maneira diferente, um é pró registro e o outro anti registro.

Ao longo dos filmes solos e dos dois Vingadores conhecemos bem quem eles são, suas ideologias e no que eles acreditam e representam de fato. No entanto, o grande desfecho da Marvel no cinema é o rumo que ambos tomam, indo em contrapartida daquilo que parecia ser o óbvio.

4961239-9308875636-L2GI2

Tony Stark, desde que foi introduzido como o pioneiro do universo do cinema, em 2008, aparentou ser o bilionário playboy, magnata e empresário que sempre buscou ter o controle da situação e nunca  foi de confiar nos outros com sua tecnologia e conhecimento. Tanto que quando decidiu construir a Mark II, ele deixou bem claro para o Jarvis que não era para colocar o arquivo na base de dados de sua própria companhia, Stark Industries.

Essa postura auto defensiva fica bastante evidente no segundo filme do personagem quando ele é interrogado pelo governo americano e pela indústria armamentista de Justin Hammer. Os senadores e o exército questionam o fato de Tony ter construído a perfeita máquina de segurança para nação e não compartilha da mesma com o povo/governo, porém ele insiste que isso permaneça em suas mãos, afinal ele possui o controle da situação e não confia em ninguém além dele.

WP

Quando chegamos em a Era de Ultron, Tony, ainda abalado da catástrofe da invasão alien do primeiro Vingadores vê mais uma oportunidade de remediar a situação e impedir mais casualidades na terra, criando a perfeita máquina de segurança do planeta, Ultron. Mas devido a sua natureza mais científica e empírica, Stark e Banner trabalham nesse projeto sem falar com os outros membros da equipe. O Homem de Ferro pode tomar algumas atitudes de maneira mais precipitada, porém todo os seus feitos são pensados em um bem maior para o futuro da humanidade.

tony 2

Do outro lado há o primeiro Vingador, Steve Rogers ou Capitão América. O garoto do Brooklyn que possui um senso de moral bastante dicotômico na sua vida, sempre tentando julgar situações de certo x errado, bem x mal. Por mais maniqueísta que seja, essa atitude foi responsável por traze-lo ao experimento, bastante questionável, do exército americano da segunda guerra, o Super Soldado. Muito franzino e frágil perante seus outros companheiros de Guerra, Rogers foi o escolhido por não ser forte no exterior, mas internamente, uma pessoa com um forte senso de justiça e vontade de ajudar o próximo.

Ao longo dos filmes solos do Capitão podemos ver como ele vai contra qualquer forma de controle exagerado, seja pela tirania que o Nazismo representava e exercia no primeiro filme ou pela inicitiava que a SHIELD tinha em mapear todas as potenciais ameaças do mundo com armas de destruição. Rogers bate de frente com Nick Fury quanto a essa atitude precipitada, pois ele acredita que essa investida da SHIELD, de controle em que armas serão apontadas para todos, não pode ser vista como uma forma de segurança, mas uma maneira de disseminar o medo sobre os indivíduos.

tumblr_nqigw12Fn01tfw4aco2_500

Já na Era de Ultron, podemos ver que o conflito entre os dois será iminente. Para Rogers, a atitude do Homem de Ferro em querer controlar a situação é injusta, pois nenhum membro da equipe foi consultado e que essa tentativa sempre traz prejuízo às pessoas erradas e inocentes. Ao ponto que não se pode tentar vencer uma guerra antes mesmo dela começar.

Com esses perfis bastante distintos podemos imaginar para qual lado cada um irá, certo? Porém, o contrário ocorre. O soldado perfeito e exemplar decide não assinar a lei do governo, pois a vê como uma forma de controle nas mãos erradas, afinal para ele se a própria SHIELD era corrompida, por que apoiar o governo? Já Stark, visto como um cara que quer o controle em suas mãos, decide assinar a lei e agir sob os olhares do governo e grandes autoridades. Aqui que está o grande turning point que a Marvel faz com essas duas grandes figuras de poder. A imagem criada ao longo dos filmes é quebrada e agora cada um irá lutar pelo seu ideal criado.

_1448432823

Porém, a luta dos heróis nesse filme se difere e muito daquela trabalhada no último filme de quadrinhos no cinema: Batman Vs Superman. O filme da DC trabalha com o assunto delicado de colocar grandes figuras, bastantes adoradas e admiradas pelos fãs, se enfrentando é arriscado, pois nenhuma empatia foi construída de maneira sólida para ajudar o público a decidir por quem torcer. É claro que a DC está com pressa de se igualar à Marvel nos cinemas, porém ao trazer esses heróis para brigar, é preciso nos cativar tanto visualmente quanto emocionalmente, é preciso nos dar bons motivos e histórias que nos cativem para isso.

Por conta de ter abordado e construído ao longo de seus filmes seus personagens, a escolha e a identificação entre as equipes de Stark e Rogers se torna muito mais fácil.

E você? É TeamIronman ou TeamCap?

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.