A continuidade da obra de Franz Kafka não deixou de existir, mesmo depois de sua morte. Não afirmo isso apenas pela imensa influência de A Metamorfose ou O Processo, mas pelos seus romances e contos que só chegaram ao público após 1924, ano de falecimento do autor. O semblante misterioso de suas obras continua a instigar os leitores à questionarem os lados burocráticas do estado e o viés existencialista da vida em uma sociedade decadente.
Além da clara homenagem, o grupo “Kafka Band” lançou em 2014 um álbum de dez faixas em homenagem ao livro póstumo “O Castelo”. Misturando instrumentos simples e narração inspirada pelas palavras do autor, a banda transmite com exatidão a sensibilidade sombria de Kafka, de modo à criar uma ambientação surrealista, melancólica, falsamente silenciosa e reflexiva. Dois vídeo clipes foram lançados, a animação é inspirada nas ilustrações de Jaromír 99, responsável pela adaptação em graphic novel do romance.
O livro possui diversas semelhanças com O Processo. Além do sobrenome dos protagonistas “K.”, os mesmos são silenciosos e indiferentes, movidos por insatisfações com a burocracia estatal e absurdos do sistema. “K.” (de O Castelo) foi convidado por um conde à prestar seus serviços de agrimensor, porém o mesmo não consegue passar pelos portões da fortaleza, sendo forçado a ficar na vila ao entorno.
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