Após dez domingos consecutivos assistindo ao prequel de Game of Thrones, podemos ter uma coisa em mente: a mais nova sensação da HBO já está entre nós, e com certeza queremos muito mais das intrigas da família Targeryan.

Em primeiro lugar, venho aqui declarar meu apoio à única rainha dos Sete Reinos, e estou falando da legítima herdeira do Trono de Ferro: Rhaenyra Targeryan. Lembrando que ELA foi nomeada pelo pai como herdeira, e os últimos momentos de Viserys foram recitando a canção de Gelo e Fogo para Alicent falando do Aegon Conquistador, e não do Aegon o Usurpador!

A série em si conseguiu abordar muito bem os livros e, muito além disso, está construindo sua própria narrativa. Aproximar as idades da Rhaenyra e da Alicent, fez com que entendêssemos a relação entre as duas de uma forma muito mais clara que no livro. Na série, vemos ambos os lados da moeda, e acredito que essa decisão tenha sido tomada para que o público tivesse mais empatia com a Alicent, que sofreu muito ao longo da série. Esse contexto da rivalidade entre as duas é de extrema importância, pois, nos livros, a rivalidade é justificada apenas por “inveja”, o que na série é de longe muito mais profundo. Na série, vemos muito mais sentimento no relacionamento das duas: ambas se sentem traídas ao guardarem segredos uma da outra e é até possível perceber uma fagulha de amor além da amizade entre elas.

 Também vemos o lado da Rhaenyra, que diferentemente de Aegon, não deseja ser rainha por luxo, mas, sim, por dever. Ela está na luta por seus direitos por acreditar na Canção de Gelo e Fogo, a qual alerta Westeros sobre um mal que vem do Norte (hello White Walkers!). Também vemos que Rhaenyra não tem desejo em iniciar uma guerra, porém a partir da morte de Lucerys Velaryon, a dança dos corvos acabou e a dança dos dragões teve seu início.

Já a Alicent, mesmo não sendo a minha personagem preferida, tem um espaço especial no meu coração. Por mais que muitas das atitudes dela não sejam justificáveis, ela passou por muita coisa. O fato dela ter perdido a mãe e o pai dela ser um pedaço de estrume em formato humanoide, com certeza fez com que ela não tivesse a mesma experiência e infância que a Rhaenyra, que apesar de tudo, teve um pai que a amava mais do que tudo. Enquanto isso, Alicent tinha um pai manipulador e que a usava para se aproximar do rei e até mesmo inserir sua própria família na linhagem real, e isso se espelha muito na forma de criação de seus filhos e como ela lida com cada um deles. Não estou dizendo que ela não os ama. Além disso, venho aqui falar que a cena mais nojenta da temporada, foi aquela em que o Larys a assediou. No meu entendimento, Alicent sabia o que ele estava fazendo, mas com certeza ela não queria aquilo. No geral, ela é uma personagem que dá raiva, mas ao mesmo tempo eu sinto muito por tudo que ela passou; ela não merecia nada disso e muito menos ter o Aegon como filho.

Acho importante falarmos do Daemon também, que apesar de ser o bad boy preferido do público, eu acabei perdendo meu encantamento com ele no momento em que ele agride a Rhaenyra, entre outros momentos. Eu realmente fiquei com RANÇO dele.

Falando de Lucerys Velaryon, não tem como não comentar a morte do deleitinho do reino, a criança mais pura de Westeros. E sim: foi proposital! Aemond tinha total consciência (não controle) do que estava fazendo e, matando seu sobrinho, iniciou um dos maiores conflitos da história de Westeros; com certeza, a partir dessa morte, muitas mais virão pela frente.

Agora, falando mais da produção do que do enredo, eu fiquei bem preocupada com o fato do tempo de tela dos Velaryon ser curto. Achei um absurdo termos pouquíssimas cenas com a Laena, Baela e Rhaena, pois essas personagens são extremamente importantes para a trama. Uma das mudanças que mais me desagradou foi o fato deles não terem adaptado o relacionamento entre os casais Rhaenyra e Laenor com a Laena e o Daemon. Nos livros, eles são extremamente próximos, ao ponto de Rhaenyra acompanhar Laena nos partos e vice-versa. Nos livros, Rhaenyra vê a morte de Laena no parto, o que, com certeza, mostra que o relacionamento entre os casais era muito forte.

House of the Dragon veio para ficar e para mostrar uma das guerras mais feias e sangrentas de Westeros. O fato da série mostrar personagens que não são nem extremamente bons e nem extremamente maus, atrai e traz uma maior identificação do público. Por que? Porque estamos falando de uma série humana, que mostra o melhor e o pior da humanidade, mas com dragões. Por mais que algumas coisas tenham me incomodado ao longo da temporada, House of the Dragon conquistou meu coração com histórias de personagens que não são perfeitos, mas, sim, humanos.