O debate sobre a prostituição é muito complexo. Ao passo que há quem defenda a profissão, colocando-a como uma escolha da mulher que, portanto, deve ser respeitada, não podemos negar que a cultura da prostituição é cheia de agressões e abusos. A pessoa que paga uma prostituta acredita que tem o direito de fazer o que bem quiser com ela, ignorando sua própria humanidade. Contribuir monetariamente com a prostituição só fortalece essa estrutura agressiva, que cresce mais e mais com o advento da internet e a possibilidade de anonimato dentro dela.
O Mouvement du Nid, um grupo francês que ajuda mulheres vítimas da prostituição, uniu-se à McCann Paris para fazer um site de serviço de acompanhantes chamado “Girls from Paradise”. À primeira vista, parece um site básico: você olha o “catálogo” de mulheres, seleciona a que você mais gostar e começa a conversar com ela. Entretanto, o grande objetivo do site é alertar possíveis clientes que, financiando essa indústria, eles tornam-se parte da violência que essas mulheres sofrem e, para tal, conforme o nome já diz, o “catálogo” tem apenas garotas que já morreram.
A revelação é feita quando os clientes começam um chat ou uma ligação. São enviadas imagens das mulheres, machucadas e ensanguentadas, ou dizendo que não estão disponíveis porque foram assassinadas das formas mais grotescas.
Essa não foi a primeira campanha realizada pela McCann Paris para o Mouvement du Nid, há 5 meses, foi lançada a campanha que diz “Na vida de uma prostituta, o único que sente prazer é o agressor”.
Mais de 600 ligações foram recebidas na primeira semana, sem contar as milhares de mensagens por chat. A campanha foi um choque nacional. Em 6 de abril, a França criminalizou o pagamento por sexo. Em homenagem à sua repercussão, Girls of Paradise receberá um Clio de ouro nesta quarta-feira.