Quem trabalha ou estuda em locais compartilhados sabe que não é fácil se concentrar, obviamente o ambiente ao nosso redor e a presença de outras pessoas pode influenciar muito nossa capacidade de desenvolver qualquer atividade.

Uma das reclamações mais frequentes é o barulho, para evitar a interferência externa muitos recorrem à música como uma forma de camuflar os sons externos e com isso focar mais nas atividades. Por outro lado, a música escolhida na maioria das vezes pode não ser a música mais adequada para a situação, alguns estudos comprovam que certas músicas podem auxiliar na absorção de informações.

Quando escutamos uma música, diferentes áreas do nosso cérebro são estimuladas. Tais áreas distintas são ativadas de acordo com o tipo de música escolhida, por exemplo, músicas instrumentais, cantadas, tristes ou alegres, em seu idioma nativo ou numa língua desconhecida, cada qual com suas peculiaridades.

Na década de 60, o médico e educador búlgaro Georgi Lozanov desenvolveu um estudo na Área da Aprendizagem, no qual, descobriu que todos quando inseridos num estado mental denominado “estado de vigília relaxada”, são capazes de absorver conteúdos mais facilmente e num espaço de tempo reduzido. O estado de vigília relaxado pode ser alcançado quando entramos num estado mental chamado “alfa”. Tal estado alfa ocorre quando o cérebro opera no rítmo de 8 a 12 ciclos por segundo. Lozanov identificou que, ao serem expostos à música barroca, a frequência mental dos alunos era desacelerada e se aproximava do estado “alfa”, possibilitando mais receptividade a novas informações. O resultado percebido foi que seus alunos tiveram uma melhora altamente significativa na percepção, processamento, memorização e recuperação das informações transmitidas.

Quem pontua muito bem o benefício da inserção da música na concentração das pessoas é a palestrante Cecília Cavazani num evento sobre dicas para concurseiros, “Nosso cérebro parece ser uma esponja para a música. Absorve todos os estímulos musicais e, como uma esponja na água, é transformado, amoldado, por ela. Portanto, dependendo da música escutada, o cérebro, mais precisamente as partículas de água nele existentes, tomam diferentes formas, umas prejudiciais ao aprendizado, outras, no entanto, facilitadoras da captação da nova informação recebida”.

Caso você não saiba qual é a música certa para você trabalhar melhor, manter o foco e até mesmo ficar mais criativo, seguem algumas recomendações:

– Corelli, Concerti Grossi, Op. 6, nº 2,8,5,9

 

– Handel, A Música Aquática

 

– J.S. Bach, Fantasia em Sol maior, Fantasia em Dó menor e Trio em Ré menor

 

– Variações Canônicas e Toccata

 

– Johann Pachelbel, Cânone em Ré

 

– Vivaldi, Cinco Concertos para Flauta e Orquestra de Câmera

Texto por Luiz Augusto Callonere

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