E se você pudesse ajudar o meio-ambiente tomando vodka? Nada mal para começo de conversa, e é exatamente essa a proposta de campanha que a McCormick Distilling está tentando fazer com o seu mais novo produto: 360 Vodka.

O produto clama ser a primeira eco-vodka da restrita casta de vodkas de luxo, a começar pela sua garrafa que tem em sua constituição 85% de vidro reciclado. O produto conta também com outros atributos de sustentabilidade como o fato de seu logo ser modelado diretamente na garrafa, o papel do rótulo ser 100% reciclável, e as tintas usadas no rótulo serem à base d’água.  

Existem outras marcas de eco-vodkas como a Purus e a VeeV, que não só utilizam embalagens “verdes”, mas também têm em sua composição ingredientes e processo de destilação orgânicos.

Abro agora um grande parênteses para refletir sobre uma tendência que está cada vez mais presente em todos os meios.

A mais nova preocupação do novo século é o “cuidado com o meio-ambiente”, que por sinal é divulgada de forma alarmante e até mesmo exagerada pela mídia, o que não deixa de ser ruim. As tags “sustentabilidade”, “aquecimento global”, “camada de ozônio”, e “poluição” foram mais utilizadas nos últimos 8 anos do que nos 100 que os antecedeu.

Estamos no século Verde. Um momento em que a preocupação não mais é entender como nos organizamos, mas como achar formas para conseguir viver futuramente. E a partir disso começa-se a se desenvolver um espírito ambientalista em toda e qualquer entidade que se diz séria e comprometida. Nasce o marketing societal. Nascem as empresas verdes, que talvez por simples necessidade competitiva mostram-se comprometidas com o ambiente da noite para o dia, e claro, não são todas. Uma necessidade que, mesmo não muito nobre, acaba motivando o ímpeto individual de ajudar e contribuir com os problemas que afligem o meio que nos cerca. 

Tão crucial se tornou o comportamento sustentável, que ele é garantia de vantagem competitiva no mercado. O consumidor tem sua consciência abrandada ao escolher o produto “verde” ao invés daquele “que nem se importa com o meio-ambiente”. Isso é até sadio. Mas o problema é quando o consumidor se acomoda e passa a comprar os eco-produtos  para substituir uma verdadeira ação individual própria deixando a cargo das empresas o comportamento ecológico, pensando já ter feito a sua contribuição para o meio-ambiente em comprar esse ou aquele produto. E acreditem, há empresas que exploram essa premissa: “Quer ajudar o meio-ambiente? Compre nosso produto que você já estará fazendo a sua parte.” 

 É aí que nos pesa a responsabilidade como publicitários e profissionais do marketing. E é aí que entra o vídeo da Mtv postado pela Marcela dias atrás. Não é necessário se dizer verde para ser de fato. É necessário agir. O mundo agradece.

 Luiz Paulo Andrade, 9 de Outubro às 14:00h