Imagine um futuro distópico no qual nossa aparência é afetada por nossos relacionamentos amorosos e como reagimos à eles.

Parece desastroso e realmente é, porém essa é a proposta do curta de Mark Katz, People Are Becoming Clouds. A história de um casal, John And Eleanore, em uma época que as pessoas assumem forma de nuvens em situações desconfortáveis frente aos seus parceiros. Como todo relacionamento, há seus conflitos e eles estão a procura de uma solução para essa mudança na vida deles, já que a Eleanore está virando uma nuvem cada vez mais.

O curta, selecionado para o acervo do New Yorker, trabalha com um tema recorrente em nossas vidas, o relacionamento. Mas, traz um debate maior sobre como devemos encarar nosso espaço compartilhado com o próximo, e como isso deve ser algo saudável não só para o parceiro quanto para nós mesmos.

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Enquanto John observa desenhos nas nuvens que ela se transforma, uma certa forma de interpretação dele, Eleanor acredita que o mesmo não acontece e se torna apenas  uma nuvem sem forma, comum. Se para ele aqueles aparências representam sentimentos/anseios que ela estava passando, para ela esses mesmos sentimentos não se manifestavam de forma alguma apenas por serem coisas que ela não se sentia confortável.

Quando passamos a dividir o nosso espaço com o próximo, observamos outras particularidades que não eram projetadas antes, mas agora se tornam claras com a vivência 24/7. Eleanore conhecia John de outra maneira e isso começa a nutrir outros pensamentos e ideias que a transformam em uma nuvem, ou seja, sua liberdade de se expressar e se sentir confortável em um relacionamento acabam.

A convivência não é algo fácil e a crítica do curta surge conforme a narrativa desenrola, começamos entender melhor e questionar se a falta de sinceridade em nossas vidas amorosas acontece para não desapontar o próximo e manter algo que parece bom, mas realmente estamos bem?

People Are Becoming Clouds nos mostra com uma simples metáfora que devemos buscar o equilíbrio em nossas relações para de fato encontrar a felicidade com o outro ao nosso lado.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.