Na história da humanidade grandes obras de arte foram criadas, como a Monalisa de Leonardo Da Vinci ou A Noite Estrelada de Vicent Van Gogh. Cada uma delas tem um elemento em comum: o mistério. Elas têm elementos intrigantes, e fazem com que você como observador fique tentando, em vão, achar respostas dentro do próprio segredo da composição artística. A Moça Com O Brinco De Pérola de Johannes Vermeer se encaixa perfeita nesses critérios. 

Pouco se conhece sobre Vermeer. Verdadeiramente, sabemos que ele nasceu nos Países Baixos em 1632, casou-se, teve 15 filhos, e morreu sem nunca ter saído de seu país de origem em 1675, o resto é só fofoca histórica. Johannes, como muitos artistas, nunca recebeu reconhecimento em vida pelo seu talento. Imagino que ele nunca pensou o quanto sua obra impactaria as gerações futuras.

 

A Duquesa de Cambridge admirando a obra em sua visita à Holanda 

Automaticamente quando você está olhando a pintura seu foco vai para os olhos da moça. Ela está triste? Emocionada? Ou somente te observando com curiosidade? As poucas pinceladas que fazem o brilho do olhar dela causam uma mistura de sentimentos indescritíveis para quem a observa. Se for procurar a solução na linguagem corporal dela, você ficará mais confuso/a. Ela está virando-se para se despedir? Ou acabou de te notar? A boca entreaberta é porque ela vai começar uma conversa ou vai abrir um sorriso? É sério, poderíamos ficar um dia inteiro interrogando a pintura, mas a Moça Com O Brinco De Pérola sempre estará estática e nunca nos responderá.

Releitura da obra A Moça Do Brinco De Pérola de Vermeer e da Monalisa de DaVinci feita pelo perfil do Instagram @untitled.save

Mas não é ao acaso que a pintura é assim. Vermeer cria com um conjunto de jogos de luzes e brincadeiras de perspectiva que fazem com que o público só foque mais em certos elementos do que outros. Em A Leiteira, outra obra do artista, o nosso enfoque não é nos pães, na janela, nos potes ou até mesmo na mulher, e sim no pequeno fio de leite saindo da jarra. Não é diferente Moça Com O Brinco De Pérola. O fundo preto impede o público se perca no cenário, o azul vibrante do turbante leva nossos olhos diretamente para o rosto pálido, sua expressão foi pintada em um dos quadrantes centrais da pintura e o brinco (que nem é uma pérola de verdade, e sim provavelmente um pedaço de vidro pintado) também, fazendo com que outros elementos como o vestido ou o resto do acessório no cabelo sejam praticamente ignorados.

Print do video do canal TED Ed que explica como Vermeer cria tridimensionalidade em suas obras. 

Não é só a técnica que nos captura, há algo em cada uma dessas obras que são consideradas icônicas que nos cativa de modo incomparável. Não há resposta completa, mas suponho que seja a paixão que cada um desses mestres de arte tenha sobre o oficio que acaba vazando em suas pinturas, algo que jamais poderá ser copiado. Tire sua própria conclusão. A Moça Com O Brinco De Pérola é um reflexo da positividade e mudanças sócio-econômicas de seu tempo, mas consegue ultrapassar barreiras históricas e comover qualquer um que olha na direção da pintura. 

A Moça Com O Brinco De Pérola está no Museu Mauritshuis em Haia, nos Países Baixos, mas pode ser admirada online por várias plataformas como o Google Arts & Culture. E claro, você pode sempre pode curtir todas as paródias e releituras da obra espalhadas pela web e pelo mundo.

também conhecida como Velha dos Gatos, Verme Insolente, Renegada da Vila da Folha e Agente Romanoff.