Uma das poucas vezes em que mexi em terra e plantei alguma coisa foi na escola plantando o feijãozinho no algodão. Garanto que não sou o único nessa cidade de concreto e talvez muito de vocês partilham dessa experiência. Só que agora os tempos são outros: Poluição, aquecimento global, desmatamento e tantos outras coisas que temos visto por aí nas notícias. Qual é a solução que tem encontrado por aí? Home gardening.
Home gardening, numa tradução livre, significa jardinagem caseira e é um fenômeno que tem aparecido nas grandes cidades, ganhado força entre os ecológicos. E qual é a grande questão, já que home gardening era uma prática tão usual quando nós não morávamos nas grandes cidades e em casas/apartamentos pequenos?
Como muitas tendências verificadas na sociedade, essa é justamente a volta de um costume antigo que pode ser resgatado e ajudar o meio ambiente e sociedade. O ritmo no qual estamos seguindo não é sustentável e velhas práticas ajudam a reverter esse quadro.
Criar seu próprio jardim pode não ser algo tão fácil no meio de uma selva de concreto, mas existem soluções que possibilitam isso: O Aerogarden é um vaso tecnológico que permite uma mini plantação sem a utilização de terra, ou seja, é plantada em água, evitando a sujeira; O Garden-in-a- Bag permite plantar em uma sacola que já vem com as sementes e terra e só é preciso colocar água. Já o Topsy Turvys é uma plantação num ângulo diferente: Vertical e de cabeça para baixo. É instalado no teto e a planta cresce para baixo. Ótimo para os apartamentos sem espaço!
Essa é uma boa sugestão para aqueles que querem aproveitar espaço com conveniência. Com pouco esforço, o fazendeiro urbano poderá consumir seus próprios vegetais, legumes ou ervas e se acaso a produção for excedente para o consumo, poderá até vender, transformando sua plantação que antes era um lazer para escapar do stress do dia a dia ou uma maneira de contribuir para o meio ambiente, em algo rentável.
Em tempos de crise, com cortes de gastos nas empresas, salários e bônus reduzidos, essa pode ser uma fonte de renda, não a principal, mas complementar. Esse é o conceito dos sellsumers. Ao invés de apenas consumers ou consumidores, essas pessoas vendem (sell) objetos que não estão em uso ou que eles próprios fazem. Sellsuming não é apenas praticado com sua própria produção caseira de vegetais. O sellsumer pode alugar um espaço vago em casa, vender tricô ou crochê (artesanato em geral) e ovos de páscoa, o que já acontece em alguns lares brasileiros. É encontrar uma maneira de capitalizar um talento ou um objeto/espaço inutilizado.
Ao invés de uma interação unilateral, o consumidor passa a criar, participar e contribuir com a sociedade, deixando de ser uma peça do consumo, e tornando-se muito mais um produtor.
Christian Michelassi, 08/04/2009 às 15:19h
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