Recentemente, a Netflix lançou sua mais nova comédia romântica interativa, “As escolhas do amor”. Estrelado por Laura Marano, que interpreta a protagonista Cami, o filme nos permite escolher o futuro amoroso da garota, durante uma leve crise existencial. Para seu parceiro ficamos entre algumas opções: seu atual namorado, Paul, interpretado por Scott Michael Foster; seu amor de adolescência, Jack, por Jordi Webber; e Rex, um cantor famoso que a pede ajuda em suas músicas, interpretado pelo crush de infância de muitos telespectadores da Nickelodeon, Avan Jogia. 

Cami é engenheira de som e trabalha em uma gravadora, mas seu sonho sempre foi ser cantora. Porém, ela tem um extremo medo de cantar em público, o que complica sua situação. No meio de uma crise existencial, entre repensar sua carreira e se preocupar de que seu namorado estava prestes a lhe pedir em casamento, a protagonista reencontra Jack e conhece Rex. Não seriam grandes acontecimentos, se ela não tivesse ido em uma cartomante que a tivesse dito que iria encontrar com pretendentes que representariam 3 cartas do Tarot. Coincidentemente, Paul, Jack e Rex se encaixam perfeitamente nas descrições das cartas. 

O filme é um bom passatempo se você não tem nada melhor para fazer, porém, as poucas escolhas que podem ser feitas, são muito assertivas. O espectador escolhe diretamente o pretendente, por exemplo, e a história acaba muito rapidamente depois disso. Além disso, há presença da quebra da quarta parede, o que normalmente é uma ótima ferramenta, mas nesse filme incomoda um pouco por conta da quantidade de vezes que é feita.

As atuações são totalmente focadas no fato de existirem escolhas, deixando a desejar e tornando o filme cansativo. As personagens não são bem desenvolvidas e são deixadas diversas pontas soltas na história, como por exemplo, a trama completa com o namorado e a história de se tornar cantora profissional. 

Em um filme de comédia romântica, um dos pontos que entretém quem assiste é ver os protagonistas tomando péssimas decisões e tendo que lidar com isso. Talvez tornar esse estilo de filme em interativo, tire um pouco da graça da história. Filmes como “Amizade colorida” ou “Como perder um homem em 10 dias” são alguns dos melhores exemplos do gênero. São histórias de fato engraçadas e que o espectador aproveita a experiência do longa. 

Aliás, isso é algo a ser discutido. As comédias românticas atuais não são comparáveis às dos anos 2000. A qualidade é extremamente inferior, os roteiros são sem graça e os filmes perderam a magia que tinham antes. Além dos citados anteriormente, “Um Lugar Chamado Notting Hill”, “O amor não tira férias”, “10 coisas que odeio em você” e “Qual seu número?” são boas recomendações para se divertir. 

Nos últimos anos houve uma queda nas produtoras para produzir esses queridinhos, por decaídas nas bilheterias e questões sociais que impedem grande parte das piadas de antigamente a serem reproduzidas, mas claramente tem um público que sente falta. Recentemente foi lançado nos cinemas “Que horas eu te pego?”, estrelado por Jennifer Lawrence, e algumas pessoas que assistiram disseram que lembraram do humor e emoção dos clássicos citados aqui. Será que podemos criar esperanças para a volta das comédias românticas? Eu espero que sim.