Provavelmente o seu rolo de câmera está lotado de imagens. Nos últimos anos, a nossa sociedade como um todo intensificou o hábito de registrar os mais diversos momentos. Entre um clique e outro, guardamos fotos daquele jantar especial, de um pôr-do-sol no final de semana ou simplesmente de um pedaço de papel com algum lembrete.

Cada vez mais nos tornamos seres fotográficos e com a necessidade de utilizar a comunicação aliada a tecnologia em nossas rotinas.

No passado, o desejo era o mesmo, mas acabava sendo executado de outra forma por limitações de plataforma e porque a verba acabava sendo canalizada de outra maneira. Já reparou que as fotografias de séculos atrás sempre representam momentos importantes ou famílias cheias da grana?

Bom, tais imagens não serviam apenas para ilustrar livros de história, mas acabaram sendo símbolos marcantes de povos, culturas e de traços que nos contam como as pessoas se portavam e relacionavam.

Pensando nisso, alguns trabalhos surgiram em busca de resgatar esse universo lotado de informações raras. Os gringos do site OldNy prepararam um mapa interativo em que é possível observar as ruas e pessoas da selva de concreto nos séculos 19 e 20.

O modo de revelação da época é incomparável. A fotografia era tratada com um cuidado inexplicável. Imagina só quantos rolos fotográficos ainda não foram descobertos ou se perderam nessa época?

Aqui no Brasil, A Biblioteca Nacional e o Instituto Moreira Salles criaram o portal Brasiliana Fotográfica, um banco de dados que abriga mais de duas mil fotos online.

Se pararmos para observar, a viagem entre as imagens é longa. Fotos de escravos nos contam – sem ao mínimo uma palavra – como as relações aconteciam. Pés descalços, olhos expressivos e a força do trabalho negro sempre eram colocados como qualidade principal.

Em contraste, é possível observar outros “personagens” fotografados em retratos mais sóbrios. Os nobres usavam as fotografias como afirmação de poder e como uma espécie de ilustração social: elementos eram minimamente escolhidos para montar uma figura irreverente como situação de status. (fato que não se distancia de uma selfie-lotada-de-filtros-num-lugarzinho-bacana hoje em dia, não é?)

Os projetos são extremamente interessantes, pois tornam esses registros históricos totalmente acessíveis. Seja no celular ou no próprio computador, os acervos nos aproximam de décadas atrás por um meio que estamos totalmente acostumados: fotos.

Basta agora torcer para que esse hábito continue se arrastando pelos anos… E quem sabe não seremos analisados daqui algum (bom) tempo? Seja pelo livro de selfies da Kim Kardashian ou por meio das fotografias geniais que surgiram durante as manifestações de junho de 2013. Vale aguardar.

Nome de rei, força de vontade de plebeu.