Por que as produtoras têm explorado tanto o que já foi feito ao invés de novas criações? Porque a nova geração gosta tanto do sentimento de nostalgia? Qual a diferença entre reboot, revival, remake e reunion? Vamos solucionar todas essas questões agora! 

Primeiramente, o quê é o quê? 

Reboot – são produções no mesmo universo de outras já feitas anteriormente, porém com novas histórias e personagens. Exemplos: Gossip Girl (2021) e os diferentes Homens-Aranha. 

Revival – Os mesmos personagens, interpretados pelos mesmos atores, porém como uma continuação da história já feita. Exemplos: Gilmore Girls: um ano para recordar, Sex and the City e ICarly. 

Remake – Refação de produções, com novos atores, ambientes e efeitos, mas a história permanece a mesma. Exemplos: A Fantástica Fábrica de Chocolate e diversos filmes da Disney que foram de animações para live action. 

Reunion – Rápida reunião dos atores, geralmente um episódio ou documentário apenas, para contar histórias e relembrar momentos. Exemplos: Friends, The Fresh Prince of Bel-Air e Harry Potter. 

Respondida a primeira pergunta, podemos partir para as outras. 

Existe uma pesquisa que explica o “ciclo dos 20 anos”, que depois de uma palestra da pesquisadora Suzana Cohen ganhou reconhecimento. Essa tendência dos 20 anos é um movimento observado em diferentes áreas, como moda e design, e explica como as coisas voltam à moda de tempos em tempos. Percebemos isso no que é comum entre a geração Z atualmente, sendo presentes diversas referências aos anos 2000. 

O estilo “vintage” antigamente era usado para se referir a características e conexões com décadas antes dos anos 1980, mas agora, entre os jovens, os celulares flip da Nokia ou as câmeras digitais cyber shot são retrôs. Mas essa tendência vai além da moda e comportamentos, está relacionada também com os conteúdos que as pessoas consomem.  

As comédias românticas, as sitcoms, as séries girlys, os estilos musicais, todos os conteúdos únicos dessa época são extremamente comparados com os atuais, além de serem muito usados como inspiração. E era nesse ponto que queria chegar. 

Muitos roteiristas e produtores atualmente preferem usar de criações já feitas, do que criar coisas novas. É mais fácil vender o que já se sabe que terá sucesso e que o público gosta. No ritmo em que vivemos no mundo de hoje, a constante criação de conteúdo pela internet e o julgamento das pessoas que estão cada vez mais rígidas, cria uma grande pressão para os profissionais da área de produção. 

Além disso, as grandes empresas são muito direcionadas pelo capital que será conquistado através de tudo aquilo que se produz, portanto, se há a possibilidade de explorar uma ideia até que não saia mais nada dela, é isso que será feito. Um exemplo atual disso é o filme da Barbie. Foi inovador fazer o longa sobre a boneca mais famosa do mundo, teve muito sucesso. Ao invés de aceitar e seguir para novas ideias, já foram programados mais 5 filmes com temáticas de brinquedos. Será feito aquilo que traz dinheiro. 

Claro que tem pontos positivos nos reboots, revivals, remakes e reunions, como por exemplo a maior representação que pode ser expressa em novas versões. Séries e filmes que não possuíam personagens e protagonistas de diferentes etnias, orientações sexuais ou representações de PcD, podem aproveitar a nova oportunidade e se redimir com as pessoas. 

Essa volta ao passado é emocionante e cativante. Até pessoas da geração Z que cresceram assistindo ICarly e As Visões da Raven puderam participar do movimento com os revivals, acompanhados de parentes mais velhos felizes de ver Sarah Jessica Parker nas telas novamente como Carrie. Mas toda essa nostalgia divide opiniões, alguns amam e outros odeiam. Eu, acho que faço parte dos que amam.