Viemos presenciando uma sucessão de erros e fracassos de várias marcas ao tentarem o diferente e procurarem, a todo custo, o inovador nas suas campanhas. Por isso, não é difícil acompanharmos com certa frequência comerciais ofensivos e várias polêmicas envolvendo erros grosseiros na comunicação dos produtos. Em busca da grande “sacada” e devido a uma necessidade de divulgação rápida, elas acabam exagerando e errando a mão na piada. Só nesse ano observamos várias empresas sendo obrigadas a se retratar e voltar atrás após divulgarem suas peças por impulso, por engano ou por vincular seus produtos com celebridades-problema.
Os motivos para a alta frequência dos incidentes e a regularidade das falhas estão relacionados ao bombardeamento de informações a que estamos expostos e a exigência de se conseguir cada vez mais uma publicidade “viral” que fale diretamente com a tão comentada geração milênio. Para ganhar visibilidade, chamar atenção e sair do lugar-comum, o apelo criativo vem esbarrando no mau gosto e acaba por se tornar piada sem graça. O que podia ser só mais um erro inofensivo e gerador de mídia, se torna um problema com os consumidores que sabem diferenciar um bom trocadilho de uma ideia ruim. Um dos anúncios que trouxeram muita dor de cabeça a empresa a qual se referia, foi, por exemplo, o comercial da Hyundai do Reino Unido que mostrava a tentativa frustrada de suicídio de um homem por gás, evidenciando a emissão zero (o comercial teve que ser retirado do ar).
Por outro lado, e não muito distante do que acontece com esses erros grosseiros de propagandas ofensivas, também temos acompanhado alguns bons comerciais sendo barrados e censurados pelo Conar por pequenos detalhes que mais parecem “intriga da oposição” do que uma falha de conteúdo propriamente dita. Apesar de distintos, os dois problemas tem uma mesma origem. A instantaneidade e a consequente necessidade de correr com a divulgação, seja nas redes sociais ou em qualquer outra mídia, faz com que as decisões sejam tomadas por impulso.