Em 2010, 33 mineiro chilenos ficaram presos em uma mina a 700m abaixo da terra. Sem sol, saída e com pouquíssimo alimento e água, eses guerreiros venceram a morte e impressionaram o mundo, saindo todos de cabeça erguida 70 dias depois.
Hoje, 4 anos depois, a história desses chilenos que venceram quando tudo estava contra eles volta a tona, frente à posição da Seleção chilena no chamado “Grupo da Morte”, que reúne os times mais competitivos da primeira fase da Copa do Mundo.
O comercial do Banco de Chile funciona muito bem como forma de incitar o espírito nacionalista e competitivo da nação, direcionando-o para o campo de futebol. Mas parece um capítulo novo do velho sistema da Sociedade do Espetáculo.
Oras, de um evento excessivamente midiatizado (o resgate dos mineiros), teve-se uma rápida repercussão e agora, para incitar o espírito patriótico, a história é novamente trazida a tona pela publicidade, como que nenhum tempo tivesse transcorrido.
É bom darmos o merecido valor para o vídeo, que é impactante e bonito, mas também se faz necessário o distanciamento e o olhar crítico com relação a esse fenômeno que, em maior ou menor grau, se apropria de eventos não-relacionados para criar propaganda, muitas vezes retirando todo o contexto inicial e a mensagem original.
Felizmente, dessa vez não parece ser o caso.