Sinapse por Christian Michelassi, Marília Matai e Pedro Hutsch Balboni, 11/11/2009
Na semana passada, o Newronio teve a presença de um grande profissional que vivencia o cenário atual da internet e que possui uma boa visão das tendências que vão rolar no futuro. O publicitário, consultor corporativo, professor e escritor Ricardo Cavallini veio no nosso núcleo discutir alguns temas atuais, como: redes sociais, sites corporativos, e enfim, como investir na publicidade com esse aumento da internet.
Primeiramente, todos nós sabemos mais do que todo mundo que o Brasil é um grande usuário da internet, o porque? Não sabemos ainda, enfim, esse ponto é uma Antropologia a parte. Discutimos com Cavallini, e mesmo assim não chegamos a um consenso sobre o porquê de sermos a segunda língua mais falada no Twitter, ou o usuário mais importante no Orkut, mas o que nos interessa, como comunicadores, é aproveitar que nosso consumidor está nesse ambiente virtual e analisar de que maneira o impacto da marca pode ser melhor no ambiente digital. Outro ponto levantado foi de que a classe C está de fato no ambiente digital, esse publico também acessa a internet e também é atingido pela comunicação online assim como as classes A e B predominantemente.
Em contra partida desse crescimento da internet, Cavallini nos insultou com um número que no mínimo espanta qualquer futuro publicitário. Segundo ele, 30% do mercado publicitário foi para a rua por conta da crise, e a mídia não divulgou isso. O motivo de esconder essa estimativa não se sabe, talvez para não causar espanto, talvez para deixar tudo por debaixo dos panos mesmo. Agora, imagina 30% de funcionários sobrando aí no mercado?
Mas isso não significa as agências não estão mais contratando gente. Um dos grandes problemas que elas enfrentam hoje é encontrar um profissional que consegue combinar dois tipos de conhecimento: propaganda no seu jeito mais tradicional (peças, vídeos, promoções) e publicidade no meio digital. Ainda mais hoje em dia, quando o que mais se vê é falarem sobre comunicação integrada, atingir o público-alvo nos meios mais específicos nos quais ele se encontra, encontrar um publicitário que entende de Offline e Online é uma tarefa difícil, mas ao mesmo tempo, tê-lo é importante para o funcionamento de uma campanha.
Cavallini nos disse ainda que é comum as agencias, por não encontrarem esse perfil de profissional terem o profissional de mídia ligado com um profissional que entende de tendências digitais, só que essa transação de idéias fica mais demorada, com certeza, do que ter apenas um funcionário que agrega ambos os conhecimentos.
Por outro lado, mesmo desse aumento e impacto deslumbrante da internet há de se lembrar que a web não é sempre a melhor opção para qualquer produto. Muitas vezes o anunciante vê através da mídia de massa que o Twitter é o meio da vez ou que apostar em website é fundamental para a sua campanha e chega para a agência direto com o pedido ‘-Quero um hotsite, quero um blog’, sem antes saber qual é o objetivo da comunicação, qual é o público, qual é a mensagem. E essa é uma tarefa complicada a se realizar, ainda mais quando nesse mesmo universo existem também anunciantes que não acreditam na internet como mídia, há um receio pela parte deles, ou até um medo talvez.
É importante um profissional que trabalha na área compreender o cenário publicitário que se vive hoje e ter conhecimento suficiente para as vezes ter que convencer os anunciantes de que o que eles viram na Exame ou em outro veículo de comunicação sobre o Twitter ou alguma outra nova tecnologia não necessariamente é a melhor solução para seu produto. E também é inegável o aumento crescente da importância das mídias sociais.
Twitter @ChrisMichelassi @mmatai @phbalboni @NewronioESPM
Illustrações: Marcelo Braga
Você precisa fazer login para comentar.