Nesse mês de abril, acaba de chegar aos cinemas a nova produção de Pedro Antônio, corroteirista junto de Álvaro Campos, Luanna Guimarães e o ator Fábio Porchat. A trama apresenta o par Marco e Laura, interpretados por Porchat e Sandy que, após se conhecerem em um karaokê duetando a música favorita de ambos (e hino nacional não-oficial), Evidências, viveram um relacionamento de 3 anos e noivaram, até que Laura decide romper com Marco nas preparações do casamento. Agora, a canção que deu início a esse amor arrasta Marco para o passado quando tocada, o que torna-se impossível de escapar, logo que o sucesso cantado por Chitãozinho e Xororó é repetido por milhões de brasileiros todos os dias. “Evidências do Amor” consegue arrancar uns momentos de riso coletivo, principalmente com a personagem hilária da Evelyn Castro, a Júlia, entrando como uma ajudante e melhor amiga de Marco. A performance clássica de Porchat funciona bastante para o protagonista, mas é inevitável sentir uma previsibilidade trazida de seus últimos trabalhos, o que se resolve na química com a Sandy que, mesmo sem atuar há 10 anos, ainda transmite carisma e presença, causando uma empatia necessária para com a Laura. Essa estrutura de ficção científica com pretexto romântico não é qualquer novidade, entretanto as dinâmicas foram bem adaptadas para um olhar mais moderno e íntimo e o que poderia ter sido um clichê sobre futuro e passado, é atualizado para questionar o valor de lembrar como reviver e como forma de criar novas sensações. A construção das personagens carrega uma gentileza somada a falas que ecoarão depois da sessão. No geral, o filme é bem desenvolvido e, apesar do ritmo perder o compasso em certas cenas e desacelerar um tanto próximo ao fim, faz-se justificável para explicar toda a narrativa e vale a experiência para quem deseja assistir algo fofo e memorável tal qual Evidências.