Sinapse por Renan Neiva
O Estranho sempre foi marginalizado pelas sociedades; já que estranho é algo subjetivo, vamos considerar que estranho seja tudo o que está fora do estereótipo. Atualmente, no entanto, há uma tendência a cultuar o que é diferente, o que está fora do comum e que até mesmo choca.
Tudo que fosse atípico era negado pela sociedade, qualquer artista que expressasse sua arte de forma que representasse uma nova vanguarda era considerado um alienado, um mau artista. Quando a cantora americana Madonna surgiu nos anos 80 e lançou seu o álbum “True Blue” deu origem às mais variadas reações por parte de grupos de jovens religiosos e da sociedade em geral, uma vez que no clip era contada a história de uma jovem mãe solteira, e sua determinação em ficar com a criança; abordando assuntos como o aborto e a gravidez na adolescência, além, de exibir crucifixos a arder e imagens de conteúdo sexual bem explícito em seus shows. A diferença da Madonna para outros artista que já tinha chocado a sociedade é que, apesar da rejeição inicial, Madonna conseguiu agradar a sociedade, e em poucos anos tornou-se uma artista conhecida e admirada mundialmente.
O diferente foi se tornando algo moderno, “cool”, principalmente para os jovens.
O “ápice”de curtir e aceitar o que é diferente, exótico, bizarro, parece ser agora. Os programas que atualmente são líderes de audiência não são nada convencionais nem parecido ao que era transmitido até pouco tempo na tv; não se via políticos serem iterpelados, perseguidos por “repórteres-comediantes”, não era comum personalidades serem abordadas por tais repórteres, não era comum nem mesmo ter na tv repórteres que tiravam sarro do entrevistado e os deixando em situações constrangedoras. Não havia novelas e seriados com casais gays como personagens principais, além, da inexistência de meios de comunicação especializados em noticias atípicas (algo que pode ser parecido ao fenômeno que ocorre hoje, são os circus de antigamente que apresentavam pessoas com algum tipo de anomalia; porém, não tinham a repercussão que se tem hoje). Atualmente, tudo isso é visto e agrada a sociedade (digo a maioria das pessoas). Claro que sempre vai haver quem se sinta ofendido.
Nunca se produziu tanta propaganda nonsense, que levasse o espectador a uma experiência atípica, com ideias e imagens bizarras.
O maior exemplo do culto ao bizarro é coincidentemente também uma cantora americana: Lady Gaga – uma jovem cantora pop que usa roupas extremamente esdrúxulas, muda frequentemente a cor e corte de cabelo, além, de exibir em seus clips: beijos homossexuais, coreografias inimagináveis, situações incomuns, além de todos os aparatos estranhos que a compõem. Sua última bizarrisse foi aparecer em um evento musical com roupa feita de carne bovina crua. Lady Gaga é hoje o que Madonna foi décadas atrás, a cantora mais popular do mundo.
Lady Gaga tem recordes de público em seus show, seus videos são os mais vistos do mundo, tem o maior número de seguidores no twitter, cobra cachês milionários em seus shows e para protagonizar campanhas publicitárias, seus clips são os mais parodiados, além da admiração que quase todos tem por ela e pelo seu trabalho.
Hoje há uma tendência maior em ver e gostar o que é diferente, bizarro.
Nota-se que o sentido de bizarro, pode ser bom ou ruim, depende de cada pessoa. O que não se pode negar é que hoje tudo que é bizarro as pessoas tendem a ver.
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