Consumir se tornou um ato automático. Estamos tomados por um cenário que nos incentiva a carregar sacolas de compras a todo o momento, seja por conta do lançamento de um novo produto ou de algum serviço que facilita as nossas rotinas. Mas seria esse um modo correto de se viver?
A organização “The Canadian Fair Trade Network” questionou, exatamente, esse ponto em sua nova campanha de conscientização ao consumo de roupas produzidas em condições semelhantes à escravidão.
Por meio de narrativas, os responsáveis pela crítica contam histórias (pesadas) em etiquetas de roupas – essas são um dos maiores símbolos de uma sociedade pautada no ato de comprar. E como não lembrar dos escândalos em que as produtoras têxtis se envolvem constantemente?
A fabricação dos produtos está intimamente imersa em um sistema que visa o lucro, esquecendo assim que os funcionários são seres humanos com limites e peculiaridades.
100% algodão. Feito no Camboja por Behnly, nove anos de idade. Ele se levanta às 5h00 todas as manhãs para fazer o seu caminho para a fábrica de roupas em que trabalha. Vai ser escuro quando ele chegar e escuro quando ele sair. Veste-se com roupas claras porque a temperatura na sala em que ele trabalha chega a 30 graus. A poeira na sala enche o nariz e a boca. Ele conseguirá menos do que um dólar mesmo com um dia lentamente sufocante. Uma máscara custaria dez centavos para a empresa. As etiquetas não contam toda a história.
As artes finais são marcadas por uma simplicidade de design, porém são donas de uma força de sentido gigantesca. Aliás, quem não fica abalado com um questionamento tão forte e que está super presente em nossos corpos na forma de roupas?
Acompanhe aqui outra imagem que roubou a atenção dos internautas:
100% algodão. Feito em Bangladesh por Joya, que deixou a escola aos doze anos de idade para ajudar a sustentar seus dois irmãos e mãe recém-viúva. Seu pai foi morto quando um incêndio destruiu a fábrica de algodão em que ele operava. Agora ela trabalha no prédio do outro lado da rua da fábrica incendiada. Um lembrete constante do risco que ela toma todos os dias. As etiquetas não contam toda a história.
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