A campanha “Música de Violência”, realizada pelo jornal Estadão e FCB Brasil, com o apoio do Disque Denúncia do Rio de Janeiro, levanta a questão das músicas incentivarem a violência contra a mulher.

Através do aplicativo Shazam, aplicativo de pesquisa e descoberta instantânea de músicas que estão tocando ao redor, a campanha fez um cruzamento de dados para mapear músicas nacionais e internacionais associadas ao tema abordado. A seleção das músicas foi feita de forma cuidadosa por uma curadoria.

Assim, quando um usuário identifica alguma música, que tenha sido mapeada, ele recebe um banner da campanha, juntamente com um áudio de depoimentos reais de mulheres que sofreram as mesmas coisas que estão presentes na letra da música. A ação já impactou mais de um milhão de pessoas.

Observação: o vídeo contém músicas para maiores de 18 anos.

Após a ação ocorrer, cerca de 6% das pessoas que estavam ouvindo as músicas relatadas fizeram o download. Enquanto outros usuários foram direcionados ao site Dique-Denúncia para fazer uma doação, ao invés de gastar dinheiro com essas músicas.

No vídeo há algumas frases que nós fazem refletir a respeito das música que comumente ouvimos e cantamos em festas universitárias e casas noturnas. Sem querer, até mesmo nós mulheres, acabamos nós entretendo com músicas que fazem apologias à violência doméstico, física, abuso sexual, assédio emocional, violação, humilhação e misoginia. Acaba sendo automática a “aceitação” desse tipo de músicas, a revolta contra elas começa na reflexão de suas letras.

“Violência contra a mulher não é entretenimento. É crime.”

Texto de Letícia Bufarah

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