O quarto dia de festival começou bem animado. O Brasil está se saindo muito bem, cheio de Leões, dentro da Roger Hatchuel esse foi o primeiro dia com do briefing aberto. Foram quatro palestras neste dia, e dois dos métodos criativos da Pop up agency.

Para a primeira palestra do dia, tivemos o pessoal da Mindscape, uma consultoria israelense que estuda padrões criativos; Eles alegam que 66% dos Leões conquistados em 2016 estavam dentro das apostas deles. Basicamente o que eles fazem é estudar 60 modelos criativos, onde estariam inseridas todas as ideias possíveis, nessa manhã eles explicaram 3 desses métodos.

O primeiro deles é a conexão dinâmica de variáveis. Que é a junção entre uma variável interna (uma variável que o fabricante consegue controlar) com uma variável externa (que o fabricante não tem controle, tal qual temperatura de consumo, sol no ponto de venda, temperatura do dia entre outros). Eles explicaram isso usando o case de Snicker Hungerithm, que está aqui em baixo.

A segunda metodologia apresentada por eles é a relocação. Aqui a ideia é basicamente pegar um componente da marca, pode ser um logo, uma embalagem entre outros e colocá-lo em um lugar ao qual ele não é comum. O exemplo é o case Pin list da Tok & Stock, que pegou o logo do Pinterest e colocou sobre os móveis.

O terceiro método é o new tasks, que é bem parecido com a relocação. Pegue um componente da marca, mas ao invés de realocar, busque uma nova função para ele. Assim como o pessoal do Google fez com esse case aqui:

Depois dessa primeira palestra, veio a parte do briefing. A ideia era criar em 48 horas um conceito para ser apresentado sexta de manhã ajudando o mídia a lidar com a perda de confiança gerada pela onda de notícias falsas. Fomos separados em equipes, e eu fui colocado com um romeno (bem difícil de trabalhar junto) um menino da República Dominicana, uma espanhola e uma americana. O método de trabalho da Pop Up agency inclui muito post-it e várias técnicas para chegar em boas ideias. Foram explicados três dessas formas. Para começar, eles usam um método para esvaziar o cérebro; nesses primeiros 5 minutos, todas as ideias que o time já tem devem ser colocadas silenciosamente em post-its, quanto mais melhor, assim a cabeça fica livre para os próximos métodos.

No segundo momento nossa mesa foi forrada de papel, e cada um teve 2 minutos para desenhar ou escrever uma ideia na mesa. Passado o tempo cada um dava um passo para a esquerda, e interferia na ideia ao lado, seja para acrescentar algo novo, ou melhorar o que já existia. O terceiro processo criativo foi o mais complicado de todos, durante 2 minutos tínhamos que escrever a maior quantidade possível de necessidades humanas, seguido por 2 minutos escrevendo tecnologias existentes (note, carro, tablet, etc…) e depois 2 minutos escrevendo ferramentas (aqui entram apps como Facebook e tal). Depois era só juntar 3 aleatórios e ter uma ideias com isso.

Parece simples, mas quando você tira satélite, alimentação e Tinder para vender jornal, as coisas ficam beeeem complicadas.

A parte do briefing para quarta feira foi só essa, e pediram para que a gente refletisse sobre as ideias e quinta de manhã já tivesse algo definido. Então depois eu conto do resultado final.

Nesse dia ainda houveram mais duas palestras, a primeira foi com o Marcus Peterzell, head da Ketchum. A palestra dele foi interessante de certa forma, pois ele mostrou vários cases que a Ketchum participou, e mostrou o quanto de coisa errada deu no meio do caminho. O que eu achei mais curioso foi esse aqui:

A marca que produz o maior papel higiénico no mundo levou uma família para rodar de trailer a maior estrada americana.

Usando só um rolo de papel higiénico.

O problema foi que em uma das noites de camping entraram no veículo da família e assaltam todos eles, com direito a refém e tudo. A palestra dele foi basicamente sobre como problemas ocorrem, e que devemos nos cercar de boas pessoas para evitar isso; mas como não só de coisas ruins vive o processo de produção de um filme, o Marcus trouxe o Joe Jonas para contar de uma ação que eles fizeram juntos, a classe foi meio a loucura com a presença do cantor, e logo depois disso a palestra acabou.

Por fim o Head of Design da TBWA veio falar com a gente sobre tipografia. Para quem me conhece, eu adoro tipografia, então essa foi com certeza a minha palestra favorita do dia. O Chris Rowson passou por todo o ABC da tipografia, mas o que eu mais gostei foi o C de color e o G de generative. Para esses dois conceitos ele trouxe dois cases em que ele trabalhou e são bem incríveis, são eles:

Color:

Generative:

O resto dessa palestra foi bem técnica,e mais da metade da Roger Hatchuel foi embora, mas depois eu farei um outro texto sobre, falando só sobre ela. No geral a academia tem sido tão intensa, que nesse dia eu só consegui voltar da aula pra minha cama, e só levantei no outro dia.

15672703_1294038727334326_2432296274751976186_nHenrique Sambi
Crio porque não confio em um mundo sem histórias. Nas redes sociais eu sou o @iquesambi

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