#Ctáinvestindo por Luciana Junqueira

É perceptível o quanto se fala hoje em dia sobre a ascensão social da classe C, em empresas, escolas, faculdades ou grupos de pesquisa. É evidente o crescimento de seu poder de compra, sua disposição e motivação para tal. Entretanto, surge uma questão: a discussão sobre a consistência de sua capacidade de compra. Pra quem não sabe a diferença entre poder e capacidade de compra, lá vai: poder de compra é ter o dinheiro de fato para que se adquira o produto desejado. Capacidade de compra é ter o bom senso e liberdade de escolha para adquirir o produto, ou seja, mensurar se é cabível ou não o adquirir dentro das circunstâncias prescritas.

Observa-se em pesquisas e entrevistas que este consumidor não economiza muito em determinados produtos para que possa sustentar um suposto ‘’status’’, como já dito no último post do #Ctáinvestindo, por Sabrina Silva.

O consumidor da classe C ainda quer ser visto como um consumdor de maior padrão social, e isso leva a uma história um pouco antiga. A moda e a etiqueta foram inventadas justamente para que houvesse uma distinção clara entre a classe ascendente francesa (européia no geral), a burguesia e a nobreza. Enquanto a burguesia procurava ser a nova nobreza, vestindo-se de forma parecida e até usando os talheres para comer, a nobreza procurava uma forma de afastamento, e por isso a moda – assim os burgueses nunca saberiam qual seria o vestido da próxima festa. É possível fazer uma analogia com o que hoje acontece no Orkut e no Facebook: assim que foi visto que grupos mais populares entraram pro Orkut, internautas das classes mais altas migraram para o Facebook.

Reside a questão: a cultura da classe C, seus modos de compra e utilização do produto não ascenderam na mesma proporção que seu poder de consumo? Se isto é verdade, por quê? Quais seriam, de fato, seus desejos? Status apenas? Talvez sim, talvez não. Quais são suas referências culturais? Elas existem de fato ou é uma visão estereotipada?

#fikdúvida

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