Para seres humanos normais, pessoas que vivem buscando por simplicidade e vivências reais em histórias, o segundo romance da Sally Rooney, “Pessoas Normais”, pode se tornar um de seus livros favoritos.

O livro conta os encontros e desencontros de um casal de irlandeses que se conhece durante os tempos de colégio. Com um relacionamento visceral e dolorosamente profundo, o livro prova que pessoas quebradas também podem ser amadas.

Connell e Marianne estudam na mesma escola, mas fingem que não se conhecem; isso porque Connell é filho de Lorraine, que trabalha para a família de Marianne. Ambos formam um casal de perfeitos opostos: enquanto ele é amado e popular na escola, ela é extremamente vazia e solitária. 

De alguma forma, ambos descobrem paz em suas falhas e diferenças e assim uma relação secreta é construída, estendendo-se depois para os anos da faculdade e sempre marcada pelos encontros e desencontros entre os dois.

Eu sempre amei livros reais. Ver a solidão desse livro me ganhou. Tudo sobre a narrativa era relacionável porque era imperfeito O detalhe sutil da troca de seus papéis sociais em paralelo a questões estruturais de nosso mundo capitalista apenas tornam a narrativa melhor.

“Pessoas normais” também ficou conhecido por sua forma peculiar de escrita com falas não-indicadas, diálogos subjetivos e mensagens pesadas passadas com uma sutileza avassaladora.

Um fato curioso é que os livros de Sally Rooney são indicados por diversas celebridades como, por exemplo, Taylor Swift, uma grande fã da autora.

Sally Rooney nasceu na Irlanda em 1991 e, antes de se tornar uma grande autora, já tinha seus textos publicados em diversas revistas literárias. Ela publicou três romances: Conversations with Friends, Normal People e Beautiful World, Where Are You; é conhecida por estudar arduamente pautas sociais contemporâneas, sempre inserindo críticas delicadas em suas obras e posicionamentos nas redes sociais.

A publicação de “Pessoas Normais” foi realizada em meio a uma grande campanha de marketing promovida pela Faber Books. Pouco tempo após a publicação, esse já era um sucesso nas redes sociais e assim foi confirmado pela editora que a obra seria adaptada para a televisão pela BBC.

A série de TV foi dirigida pelo indicado ao Oscar Lenny Abrahamson e se tornou um grande sucesso, amada até por quem não gostou muito do livro. A adaptação foi feita em formato de minissérie e teve a própria autora como co-roteirista de seis episódios.

“Em uma produção extensa, cujo produto final gira em torno de seis horas de reprodução, merece elogios a equipe de edição.”

Grande parte do brilho dessa narrativa está também no final que faz com que muitos odeiem o livro mas, na minha opinião, completa toda a narrativa do relacionamento complexo de Connell e Marianne.