Lady Bird, da impecável Greta Gerwig, é muito mais que uma história de uma adolescente saindo do ensino médio e caminhando para a universidade.
Interpretada pela maravilhosa Saoirse Ronan, Christine McPherson se auto-intitula Lady Bird porque sente um desespero em encontrar seu lugar no mundo. Ela é uma garota normal, imatura, com poucos amigos e alguns amores.
Para mim, o ponto que mais se destaca em sua habitual vida é a relação complexa com a mãe. Por viver em uma cidade pequena e estudar em um colégio religioso, a mãe, Marion McPherson, a julga como expressiva demais e não a aceita. Essa relação complicada faz com que o filme tenha um tom mais dramático.
Apesar desse problema familiar, a protagonista leva a vida da melhor maneira que pode, fazendo piada com tudo e se divertindo com pessoas que ama.
Ainda assim, tudo que ela mais quer é ir embora e se encontrar, como todo adolecente de 17 anos. Essa idade é muito confusa. É quando você começa a se tocar que você não é mais uma criança e que está finalizando a etapa mais longa da sua vida até agora: a escola.
É por Lady Bird ser uma personagem tão real que simpatizamos com ela, mesmo com os erros cometidos ao longo da trama. E, pode apostar, ela erra muito! Por conta dessa sede de liberdade, ela se mostra ser muito imatura, mentirosa e extremamente egoísta, mas isso faz parte da transição da personagem para que, no final, ela se torne o que ela tanto deseja.
O filme não tem uma grande história, mas é a visão de Greta que faz com que a obra seja tão especial e tão íntima. Essa visão feminina traz um caráter de dramédia leve e honesta. Além de trabalhar muito bem com a fotografia, mostrando exatamente como Lady Bird é, uma verdade nua e crua.
Eu, particularmente, amo esse filme e, com certeza, está entre meus favoritos da vida. Mas pesquisando algumas críticas para escrever esse texto, me deparei com comentários dizendo que “Lady Bird: A Hora de Voar” é um filme 3 estrelas, ou seja, bom.
Quis trazer aqui a minha visão porque a história pode, sim, ser considerada simples, mas sua simplicidade esconde inúmeras camadas a serem descobertas e analisadas que tornam a obra sensível e profundamente real.
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