Sinapse por Christian Michelassi, 23/09/2009. Semana Verde

Vik Newronio

Hoje eu fiz uma limpeza no meu guarda-roupas e juntei todos os aparelhos eletrônicos velhos que eu não queria mais e estavam ali só para ocupar espaço. Depois da limpeza, pensei: E agora, o que faço com isso?

Fiquei com essa dúvida, porque sempre ouvi que os componentes eletrônicos tem material tóxico e que prejudicam o meio ambiente. Mas como nunca precisei jogar meu e-waste fora, fui atrás de informações para confirmar esses boatos.

De acordo com a Abinee  – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica existem hoje no Brasil 50 milhões de computadores funcionando. Só em 2007, 10 milhões de computadores foram comprados para substituir aqueles que quebram, ficam obsoletos ou que ninguém mais quer.

Dentro desses PCs existem materiais que prejudicam o homem e o meio ambiente como alumínio, bário, cobre e zinco. Causam câncer, aborto, problemas cardíacos e hepáticos.

Lixo Newronio

Ninguém quer ficar com um computador velho e o mercado digital sempre apresenta novas tecnologias que tornam velho tudo o que nós temos. Qual pode ser uma solução para isso? Reciclagem.

 

Reciclar um computador?

Não, reciclagem não é apenas cortar o papel em pedacinhos, triturar em um liquidificador e fazer uma nova folha de papel. Eletrônicos também podem ser reciclados. E claro, não é o mesmo processo do papel.

Vamos entender a palavra reciclar: ‘Re’ significa de novo. ‘Ciclar’ vem de ciclo. Portanto reciclar é dar um novo ciclo para o eletrônico. E nesse caso para os componentes do computador, ou calculadora, ou pendrive. Lembre-se de que eletrônico não é apenas o computador. Praticamente tudo que usamos hoje é um eletrônico.

De um eletrônico podem ser aproveitados as partes plásticas e de vidro para fazer um novo objeto, não necessariamente um eletrônico. Também pode-se retirar alguns metais como ouro, prata e quem sabe fazer uma jóia?! Não sei, não. Será que algum fashionista hype por aí ainda não inventou isso aí para tirar proveito dessa onda ecológica. Se não, corram!

 

Mas então, onde eu posso mandar meu lixo para reciclarem?

Essa é uma pergunta que tem uma resposta bem estimulante. No Brasil tem acontecido algumas ações para diminuir o resíduo eletrônico no nosso país.

Ano passado, entre agosto e outubro, a Secretaria do Meio Ambiente realizou o Mutirão do Lixo Eletrônico para recolher o lixo em vários pontos de coleta espalhados pelo estado. Neste caso, o lixo foi encaminhado para a Umicore, empresa responsável pelo reaproveitamento desse material.

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O Estado do Paraná com o projeto Paraná em Ação também recolheu e-lixo, além de banner já utilizados (!) e óleo de frituras.

Mas existem outras maneiras de descartar seu lixo. Atentas, algumas empresas de produtos eletrônicos recolhem os produtos que os clientes não querem mais e dão um destino certo para eles. Aqui eu listei algumas empresas que fazem isso:

Banco Real

Drogaria São Paulo

Prac

Sony

Motorola

Nokia

Ativa Reciclagem

Umicore

Existem empresas e instituições que aceitam eletrônicos velhos ainda em estado de uso para poder reaproveitar e não reciclar, o que também é outra solução para esse problema.

Hospital Albert Einstein Aceita Cartuchos e toners usados

AACD, Hope e Exército da Salvação Recolhem eletrodomésticos e eletroeletrônicos em estado de uso.
Fundação Dorina Nowill Aceita eletroeletrônicos usados e em bom estado

Aparentemente, estamos no caminho certo. Mas, como sempre, nós caímos no argumento de que a conscientização ainda não foi feita. As empresas por si só deveriam dar um espaço maior para esse tipo de informação em suas embalagens, as escolas deveriam ensinar os alunos a reciclar o e-lixo e quem sabe as empresas do lixo urbano deveriam distribuir lixeiras especiais.

A dica a seguir é a de sempre. Faça a sua parte daí que eu faço a minha daqui.

 

Opa, me tuíta, mas não precisa economizar! @ChrisMichelassi e @NewronioESPM

 

Vídeo bônus

Além de ter feito isso, o que ele fez com o que sobrou?

Fonte: A imagem da capa é do Vik Muniz e se chama Mapa Mundi. Muito boa, não?