Um dos jogos que mais joguei em 2008 foi Braid do produtor indie Jonathan Blow. Eu terminei várias vezes. Até hoje eu jogo de vez em quando. O game é uma aventura em plataforma que usa como mecânica alguns efeitos de distorção temporal. É possível morrer e voltar no tempo, gerar um espectro para fazer ações no futuro e criar bolhas de distorção para fazer objetos mudarem de velocidade em uma área da tela. Coisa de gênio. Se você não conhece, dá uma sacada no trailer:

Esta introdução toda é para falar sobre o novo game do Sr. Blow que foi lançado no começo do ano: The Witness. Só consegui pegar para jogar agora, mas estou mesmerizado pela experiência. É bastante diferente do Braid. Neste aqui, a visão é em primeira pessoa e é preciso resolver uma série de enigmas em telas espalhadas por uma ilha. É o tipo de game que eu adoro: não explica nada, te joga no meio da interface e – de maneira extremamente procedimental – vai te ensinando a resolver cada uma das encrencas que vão aparecendo. O visual é outro ponto alto do game:

The Witness não tem ação. É um jogo bastante parado. É daqueles que te faz sentar e ficar pensando como resolver os enigmas. O cenário é cheio de elementos que suscitam nossa imaginação, como algumas estátuas de pessoas que parecem reproduzir diálogos. Este aqui é para quem curte puzzles. Alguns amigos que não apreciam esta pegada indie mais “artística” dos games não gostaram, mas eu estou apreciando cada minuto na ilha abandonada.

Tem no Steam, Xbox One e Play 4. Mais um excelente exemplo de como os indie games estão trazendo novas oportunidades para pensar jogos atualmente.

#GoGamers

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Vince Vader

Vicente Martin (@vincevader) é professor de criação digital e supervisor do departamento de criação da ESPM. Estuda, desenvolve e é apaixonado por games.

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