É impressionante a resistência ao exercício do networking. Sabe-se de sua importância, mas não se pratica quanto necessário. Perdem-se oportunidades valiosas. Seria medo de parecer interesseiro? Seria uma herança da moral judaico-cristã de culpabiliza o uso de pessoas em seu benefício próprio? Vergonha?

Premissa 1: A prática do networking é via de mão dupla. Um dia você precisa de algo, no outro, alguém precisa de você.

Premissa 2: Não se trata de amizade necessariamente. É parceria profissional. É contar com o outro. É fazer-se presente e aproveitar as oportunidades do dia-a-dia, tais como um almoço, um evento, um e-mail que seja do interesse do outro. Fato: quantas vezes nos vimos em uma situação social sem cartões de visita?

Premissa 3: Quanto mais se consolida a percepção positiva de alguém, mais facilmente esta pessoa será lembrada. Neste contexto, a posição máxima é a de ser um instrumento positivo de transformação do outro. Imbatível para ser top of mind: ser lembrado, somado ao fato de que parte significativa das vagas de trabalho é preenchida por indicação, é essencial para sobrevivência e desenvolvimento profissional. Qual será a sua relevância neste processo?

Premissa 4: Nunca duvide de sua capacidade de fazer algo por alguém. A vida profissional reserva muitas nuances. Uma informação, uma sugestão, uma lembrança, um contato compartilhado, enfim, há tantas oportunidades para atuar. Desta forma, nunca despreze nenhum contato. Os soldados de hoje serão generais um dia, assim como não há guerras sem soldados e sargentos.

Premissa 5: Naturalidade é um aspecto fundamental. Por mais que o jogo de interesses mútuos seja claro, a habilidade de transitar nele é um diferenciador. Discrição, sobretudo. Portanto, duvide dos pavões que habitam os escritórios. O que de fato importa, ninguém comenta.

foto-paulo-cunhaPaulo Cunha
Experiência profissional como: publicitário em agências de propaganda (22 anos), docente (15 anos) e psicanalista (dois anos). Doutorando em Comunicação pela ESPM-SP. Formação em Psicanálise pelo CEP (Centro de Estudos Psicanalíticos). Mestre em Comunicação. Especialização em: Formação de Professores para o Ensino Superior em Marketing. Graduação em Comunicação Social. Áreas de pesquisa: pensamento estratégico, comportamento humano e cinema. Autor do livro “O cinema musical norte-americano – história, gênero e estratégias da indústria do entretenimento” e Coordenador do curso de Comunicação Social da ESPM/SP.

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