Sinapse por Vince Vader, 11/12/2009

No último post desta série de artigos mostramos uma breve análise de roteiro do game Silent Hill. Hoje, na última parte dessa série de artigos, gostaria de expor mais alguns conceitos importantes para o trabalho de desenvolvimento de jogos. Hoje falaremos de um componente essencial no processo de criação de um game: o jogador. Porém, mais precisamente sobre o cérebro desse jogador.

As informações que você vai ler a seguir foram, em boa parte, retiradas do excelente livro de Steven Johnson “Everything bad is good for you” Vamos lá!

Alguns insights são pertinentes quando estudamos e tentamos entender games. Neurocientistas tem desenhado uma diferença crucial entre a maneira que o cérebro procura recompensa e a maneira que o cérebro obtém prazer.

Os “painkillers” naturais que o corpo produz, também chamados opióides, são as puras drogas de prazer do cérebro, enquanto o sistema de sensação de recompensa envolve o neurotransmissor “Dopamina” interagindo com receptores específicos de uma parte do cérebro chamada “nucleus accumbens”.

O sistema de “Dopamina” funciona da seguinte forma: quando uma recompensa é alta, os níveis de dopamina enviam um alerta que excitam o cérebro fazendo com que ele reconheça o ponto positivo; quando a recompensa é baixa ou não atingida, o nível de alerta é baixo, gerando a frustração.

Um exemplo prático de frustração gerada por baixo alerta de Dopamina acontece quando o fumante inveterado não consome seu tradicional primeiro cigarro da manhã. Ou ainda, quando um investidor de ações não ganha nada em nenhuma bolsa em um dia específico.

O neurocientista Jaak Panksepp chama o sistema de Dopamina do cérebro de “circuito de busca”, que está sempre procurando recompensas para nos gerar sensações de prazer.

A vida está cheia de maneiras de conseguir recompensas e sensações de prazer. Estamos aptos a nos viciarmos em chocolate, sexo, drogas, sucesso profissional, etc.

O mundo dos games gira em torno de recompensas. Gira em torno de criar tensão no jogador e depois a tão esperada recompensa, produzindo assim uma sensação de prazer amplificada. Saber trabalhar essas recompensas em um roteiro, desafios, puzzles e enigmas é, em boa parte, responsável pelo maior ou menor sucesso de um game.

Hoje ficamos por aqui. Semana que vem, nesse mesmo blog, começaremos uma nova onda de estudos da área de games. Até lá!

May the force be with you!

Tuitai-nos @VinceVader e @NewronioESPM