O novo curta do diretor Jeremy Merrifield, que faz parte da comunidade LGBTQ+, aborda de uma forma diferente questões como masculinidade tóxica e bullying, fazendo uma certa crítica aos filmes de super-heróis.

A produção conta a história de Sam, um menino de 14 anos que sofre um bullying constante por parte de seus colegas de classe. No meio de uma simulação que o diretor faz como se um atirador tivesse entrado na escola, os “bullies” começam a xingar Sam e seu melhor amigo por acreditarem que os dois estão em uma relação amorosa. Por esse motivo, o melhor amigo do protagonista acaba se afastando dele e se juntando aos valentões. Com toda a pressão para “revidar” e enfrentar os bullies, ele descobre super-poderes que podem oferecer uma solução diferente.

Os filmes de super-heróis têm dominado o mundo do entretenimento nos últimos anos e não há nenhum sinal de que esse fenômeno irá parar. Enquanto o novo filme do Coringa mostra a origem de um vilão, o curta mostra a criação de um herói. O longa de Todd Phillips tenta se posicionar como um filme fora do gênero de super-heróis mas claramente ainda tem uma conexão com o universo da DC Comics que, querendo ou não, desempenhou um papel importante para o sucesso de bilheteria de “Coringa”. Enquanto isso, o curta que ganhou o título de “Balloon”, oferece um mundo alternativo que dá mais valor à sensibilidade do que à força bruta.

Em uma entrevista pra IndieWire, Merrifield contou que, com a enorme quantidade de líderes masculinos decepcionantes nas notícias, os únicos exemplos confiáveis são os super-heróis dos filmes e das histórias em quadrinhos, que nem são reais.

A ideia de um super-herói é uma metáfora para um empoderamento interior, porém, o gênero passa uma ideia de valorizar mais o poder físico do que qualquer outra coisa. Isso levanta uma personalidade estreita e datada da masculinidade: a de guerreiro. O diretor alega que, da mesma forma que a cultura das princesas foi prejudicial para as meninas, ele acredita que a cultura dos super-heróis foi prejudicial para os meninos por ensiná-los a resolverem seus problemas com a violência.

A produtora do curta Christina Cha adicionou que, os filmes de super-heróis são como santuários de uma época em que ser homem é ser um guerreiro ou um caçador e que, além disso, o curta tem o objetivo de alertar sobre a nossa ideia estreita de masculinidade porque ela está nos matando.

O curta estreiou com exclusividade para o site da IndieWire no dia 15 de outubro.


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