Estamos vivendo em uma época em que todo cliente chega para a agência e pede um viral, como se existisse uma fórmula secreta para isso. Mas será que existe? Analisando uma matéria do blog do CCSP, entre os 10 comerciais brasileiros mais vistos da internet, 5 eram da Africa. Nos fazendo pensar se é mesmo verdade que não há fórmula secreta para um vídeo se tornar viral.

Mas o que há de comum com os 5 comerciais da Africa e o do Classe A, é que eles pegaram algo que já existia, que já deu certo, já viralizou uma vez e colocaram sobre uma ótica em que deixa o cliente em evidência. 

Pouco tempo depois de termos postado sobre o lançamento do novo Classe A da Mercedes, conseguimos uma entrevista com os responsáveis pelo vídeo. Elisa Gorgatti, coordenadora de criação e Bruno D’Angelo, diretor de criação. Ambos da agência ADBAT/Tesla.

Com ajuda de todos aqui da Agência Arenas, que ficaram super empolgados, mandamos algumas perguntas para a Elisa e para o Bruno por e-mail e eles nos responderam poucas horas depois, sendo super educados e super simpáticos:

Newronio: Quais foram os elementos de planejamento que definiram a relevância de uma música mais popular para uma campanha de uma marca historicamente não popular?

Elisa e Bruno: O briefing. O Classe A é uma nova plataforma da Mercedes-Benz voltada à um público novo. O objetivo é renovar.

N: O viral tem a finalidade de conquistar vários views e gerar buzz, partindo desse princípio a Mercedes­‐Benz alcançou o objetivo de anunciar a todos o lançamento do Classe A. Porém, o vídeo está com vários “dislikes”. Como vocês encaram isso?

E e B: Os deslikes foram superados pelos likes quando atingimos o primeiro milhão de views. Mesmo os comentários estão dividos entre positivos e negativos. 

N: Três anos atrás, a Wunderman fez uma campanha para a Dell no mesmo estilo, que não foi bem visto na época. Hoje, em aulas de propaganda e marketing é usada como case negativo. Vocês têm medo que aconteça, praticamente, a mesma coisa, já que a Mercedes é uma marca com tanto valor agregado?

E e B: Ainda é muito cedo para ser um “case” negativo ou positivo. Mas são cenários – no país principalmente – diferentes. O mais importante é que os valores da marca Mercedes-Benz não mudaram, o carro, foco principal da campanha é um produto acima no padrão, independente da música.

N: A música escolhida para trilhar o vídeo é do universo de um público mais jovem e vai, totalmente, contra a forma de comunicação da marca. Essa ousadia veio da necessidade de atingir esse público?

E e B: Ousadia não vai contra a forma de comunicação da marca, ainda mais no ambiente digital. Em casos de peças virais, quem vai ser atingido vai além de um público específico, e isso gera força para a campanha – focada no target. Mas o que menos importa é se quem compra é ouvinte ou não de Funk.

N: Como foi o processo de aprovação do cliente?

E e B: Difícil, mas divertido. Vale uma palestra. : )

Escolhi fazer comunicação por gostar (e muito) de me comunicar. Sou tímida no começo, mas depois de um tempo já sou íntima. Eu nunca escrevi em blog, mas vivo escrevendo. Amo estar atualizada, principalmente no que se refere à moda.