Para começar, feliz dia das mulheres a todas as nossas leitoras. Hoje resolvemos fazer um tributo a duas mulheres, que poucas pessoas conhecem, mas fizeram parte de lutas muito importantes para a sociedade.
O dia de hoje não foi criado para presentear, mas sim para exaltar e agradecer às pessoas que batalharam suas vidas por mudanças. O feminismo e o racismo estão em pauta até hoje, e provavelmente perdurarão por mais algumas gerações. Se ainda existem muitas injustiças, imaginem a 70 anos atrás.
A mídia no mundo pós-moderno tem o poder de disseminar informações que antes se mantinham aprisionadas. Dentro desse cyberespaço tiramos documentários, curtas e propagandas que trazem à tona cada resistência, criando mais voz para o mundo. Produções que mais parecem um testemunho das protagonistas de todas as nossas histórias.
O mais interessante das duas que trazemos hoje é que ambas trazem o próprio discurso de suas protagonistas, mantendo suas falas originais. Respeitar o espaço de fala numa hora dessas é imprescindível, uma vez que existem coisas que só mulheres viveram durante a vida. Esse é exatamente o conceito de mansplaining.
A começar pela vida de Hedy Lamarr, uma atriz que se livrou de um casamento infeliz na Áustria e foi para Londres, ainda durante a segunda guerra mundial. Lá ela encontrou os estúdios da MGM e quando viu, já era uma das celebridades mais famosas da época em Hollywood. Em 1940, Lamarr chocou o mundo com a primeira cena de um orgasmo feminino no filme Ecstasy. Não foi só no âmbito teatral, Hedy desenvolveu o conceito de frequência propagada, o que alguns anos depois forneceu insumos para o que conhecemos hoje de WiFi.
A jornalista e cineasta Alexandra Dean foi atrás da história dessa grande mulher, recolhendo informações de familiares, amigos próximos e até álbuns fotográficos. Dean resgatou a vida de Lamarr e colocou-a em um documentário, Bombshell, lançado em novembro do ano passado. A partir dessa data, um legado da artista foi deixado para o mundo, graças à uma mente curiosa e pela vontade de revelar à verdade encoberta ao mundo.
Nossa segunda heroína é nada mais nada menos que Angela Davis. Nascida no Alabama, uma das cidades mais afetadas pelo racismo e violência policial, Angela se tornou uma das maiores ativistas do século 20. Em 1960 ela foi líder da US Community Party, uma organização que mantinha vínculo com os Panteras Negras, ambas lutando de frente com o movimento de direitos civis americanos. Ser mulher e negra era uma das maneiras mais marginalizadas de viver naquela época.
A força de Davis ressurge filme do diretor Emmanuel Afolabi, como uma forma de agradecimento e tributo à sua vida. O curta intercala cenas da jovem Angela, interpretada or Della Orrey, com takes das ruas na época, trazendo retratos fortes de uma realidade obscura. Cada rosto mostrado em seu curta torna nossa protagonista mais humana, retratando a luta e ainda resiste começou nas ruas. O paralelo que Emmanuel faz com fatos atuais ficam estampados durante o vídeo, mostrando que ainda faltam alguns passos para a utopia de um mundo onde os negros não são mortos inocentemente em massacres por todo os EUA.
Figuras icônicas que mudaram a vida de gerações, resistindo e lutando contra injustiças ao redor do mundo. Essas mulheres deixam seu legado e instigam a nossa geração a fazer a diferença. Deixo aqui o meu agradecimento, e também um convite.
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