Arte & Design

Um traço icônico se despede

By Luiz Daniel Gattaz

May 16, 2016

Darwyn Cooke cartunista e animador morreu nesse final de semana aos 53 anos de idade. Mesmo que ainda jovem, sua contribuição para o universo dos quadrinhos não será esquecida.

Seu nome pode não parecer muito conhecido, porém seus traços e estilo são bastante característicos ao ponto que se diferem de outros cartunistas que estão ainda desenhando para as grandes empresas.

Enquanto temos Alex Ross que trabalha com um perfeccionismo anatômico, Frank Miller que retrata personagens mais brutos em um tom Noir ou Jim Lee que traz traços bem definidos, o desenho de Darwyn Cooke trabalha com contornos mais cheios e cartunescos.

Seu primeiro trabalho no mundo dos heróis foi como desenhista do storyboard de duas animações bastante conhecidas pelo público nos anos 90: Superman e Batman. Após alguns anos trabalhando nessa função teve sua grande chance quando fez sua primeira Graphic Novel: Batman Ego em 2000. Uma história, desenhada e escrita por ele, em que Bruce Wayne trava uma batalha psicológica com seu alter ego Batman que traz todo um questionamento sobre os vilões do morcegão e sua conduta de não mata-los.

Por conta desse sucesso Cooke passou a fazer alguns trabalhos como freelancer para a grande concorrente da DC, Marvel. Em suas histórias podemos contar com X Force, uma versão de natal do Homem Aranha e as aventuras de Wolverine e Doop.

Com ainda mais espaço na editora, Darwyn teve a oportunidade de desenhar a edição premiada e limitada da DC: The New Frontier. Com influências da Era de Ouro dos quadrinhos, a narrativa se passa em um época de Guerra Fria nos anos 50 em que os heróis da Liga da Justiça antiga devem se unir com novos heróis, estes da Era de Prata, para enfrentar uma nova ameaça.

Darwyn Cooke nos mostrou, através de seus traços e cores, que ser super herói é um sonho que nunca morreu. Dessa forma, o seu legado se mantém vivo em cada página que ele já desenhou e em nosso imaginário.