Em comemoração a um ano do lançamento de Next Level, o primeiro comeback do aespa, aqui estamos, com um artigo fresquinho sobre o impacto que essa obra prima teve na minha vida (e que eu, particularmente, acho que teve no k-pop)!

Como sempre, confissões logo no início do texto, eu fiquei bastante chateada com as fotos teasers de Next Level na época em que lançaram. Foi um momento conturbado na minha trajetória como MY (fandom do aespa) e, mesmo que eu quisesse, não dava para engolir o figurino tenebroso da Winter e a estilização penosa da Giselle. Por outro lado, Karina e Ningning entregaram o futuro e o suprassumo do visual e, considerando o equilíbrio –duas integrantes com teasers perfeitos e duas integrantes com teasers que poderiam ter sido melhores–, a arte do conceito não deixou a desejar. Nunca deixa, mas isso é assunto para outro dia.

Mas se reclamei das fotos teasers é porque não sabia que o MV (music video ou video clipe) seria impecável e de uma força inestimável. Os cenários, figurinos, cores e movimentos de câmera são essenciais para levar a experiência da música ao, coincidentemente, próximo nível. Eu até perdoo a presença das ae-aespas, que não suporto a existência, porque foram tão bem colocadas –e duraram menos de dois segundos cada– que cumpriram seu papel de complementar a narrativa.

Enfim, o ponto é que Next Level inaugurou o movimento de músicas completamente experimentais e 2 em 1 – sendo até um pouco injusta com a faixa, porque há quem diga que são quatro músicas diferentes num combo só – de maneira extremamente memorável. Tanto pela coreografia do refrão, simples e complexa ao mesmo tempo, que faz com que todo mundo se aventure no bracinho quando toca, quanto pela experiência única de ouví-la por completo pela primeira vez, além do daesang (prêmio) de música do ano no Korean Music Awards. E preciso dizer: volta e meia me pego pensando que gostaria demais de ter a oportunidade de ouvir Next Level pela primeira vez de novo.

É um remake da faixa de mesmo nome de “Velozes e Furiosos”? Sim, mas é muito mais! Tanto pela adição do “beat drop” quanto pela reconstrução da própria música: a alteração do tom da onomatopeia do pré-refrão deu um grandíssimo diferencial, além da composição lírica que elevou a musicalidade em mil por cento – porque nesse caso prefiro muito mais uma letra contínua do que repetições espaçadas. Antes que eu fale sobre o último refrão, que é, para mim, a parte mais imponente da música, precisamos falar da grande inovação da faixa: o beat drop!

Não ironicamente, meu toque de celular, o “naevis, calling” consagrou toda uma experiência para os ouvintes de Next Level. Logo quando a música foi lançada, havia quem dissesse que “a música deveria ter sido duas diferentes” ou “poderia ser só a versão do meio”, mas gosto de acreditar que hoje superamos esse tipo de pensamento. A questão é que, sim: Next Level é a junção de duas músicas que divergem completamente! E foi retomando a versão de Velozes e Furiosos que reconheci outra reconstrução: uma transição que, em forma de ponte, conecta o futurismo com o r&b permeado por toques de jazz.

O desconforto, muito provavelmente, deve vir de, além de serem duas músicas absolutamente diferentes juntas em uma só, esse interlúdio verdadeiramente tem porte de uma música completa: os vocais e raps são próprios de uma faixa longa. Mas é justamente o que, nas palavras de Isabela Boscov, amalgama essa obra! Enquanto o remake é predominantemente numa linha só, focando mais nos raps, mas sem alguma inclinação, elevação ou quebra, a ponte e o interlúdio entregam justamente essa ruptura. E tudo isso é quase perfeitamente envolto pelo refrão final, que é, apenas e simplesmente, o maioral.

Só não é perfeito porque a transição “de volta” não é tão elaborada quanto a de “ida”, mas o refrão final me faz sentir como na última fase de um jogo: como um final boss. O instrumental é carregado de todos os elementos dos quais foi se compondo, ao longo da música, e a repetição do refrão é, para mim, o golpe final! Isso, somado ao movimento de câmera da Ningning para a Karina, dá um poder absurdo. Não dá!

Por fim, foi dessa maneira que a melhor música do aespa impactou a minha vida. E digo que impactou o k-pop também porque o debut de outro grupo da quarta geração,  o NMIXX, veio com essa mesma proposta – e eu pretendo falar a respeito! Fazer tudo isso só com o primeiro comeback é para poucos, viu, e o aespa conseguiu, consagrando Next Level como a minha música título favorita da carreira delas, até agora.

E você? Já se arriscou a ouvir Next Level?