Hoje em dia, se você for para alguma loja de jogos ou livraria, todas as estantes estarão com as mesmas artes de capa, qualquer seja o console ou o gênero. De forma semelhante aos filmes, o protagonista sempre aparece na capa segurando alguma arma ou até mesmo apenas parado, cada vez mais o mercado acredita que são os personagens que vão vender o game.
A pior parte é que mesmo se o jogo for artístico, inovador ou apenas diferente, sua capa não reflete o que mais importa: o seu conteúdo. Tudo porque americanos acreditam que homens com armas vendem mais que as boas ideias dentro do game, enquanto a Europa e o Japão tentaram manter o senso de estética que foi perdido com o passar das gerações.
No começo da indústria de games, a capacidade gráfica existente não permitia com que apenas jogassem um modelo 3D photoshopado na capa. Artistas eram necessários para a própria comercialização dos produtos, que tentavam dar uma estilizar no conteúdo já que pixels não eram tão emocionantes.
Você compraria isso?
Ou isso?
Tudo começou a desandar quando os EUA passou a adaptar as capas japonesas e europeias, em uma tentativa de atingir os gamers americanos, claramente falhando em compreender seu público alvo. Um ótimo exemplo é o caso de “Rockman”, transformado em Megaman no ocidente, além de ter sua aparência “modernizada”.
A capa japonesa retratava perfeitamente o aspecto divertido e cartoon do jogo.
Já nos Estados Unidos parece que eles nem conheciam o personagem.
Quando o Playstation 2 chegou, batendo recordes de vendas e popularizando ainda mais os games, a tecnologia já era boa o suficiente para colocarem o personagem em CGI na capa, criando uma imensidão de caixas genéricas.
No caso de Tomb Raider, a Lara Croft ainda era sexualizada.
Apesar disso, o Japão e a Europa continuavam criando capas originais e artísticas, portanto sempre existiam duas ou mais capas para o mesmo game. A série inteira de Final Fantasy possuía um identidade visual limpa e minimalista na ásia, remetendo perfeitamente a estética do jogo.
Já nos Estados Unidos, devido a boa resposta nas vendas com o uso das personagens em destaque, a série inteira acabou completamente comercializada como jogos de ação, também apostando nas personagens femininas.
A ironia na prática americana é que os jogos diferentes, com capas criativas e diferentes, também vendiam muito. A série Grand Theft Auto, uma das maiores de todos os tempos, assim como Final Fantasy no Japão, também tinha uma identidade visual clara e diferente.
Por fim, agora que já estamos na oitava geração de consoles, infelizmente a técnica americana se tornou norma no mundo inteiro, com poucas variações de capas por região. Sempre existem exceções, mas em grande parte temos e vamos ter cada vez mais homens armados como símbolos de nossos jogos favoritos.
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