Todos os envolvidos ou interessados no mercado publicitário não cansam de recitar o velho mantra de que o Super Bowl, a final do campeonato estadunidense de futebol americano, é o maior evento do ramo. Se pensarmos em termos de custos financeiros, temos, sim, o maior evento do mundo, em que cada inserção de 30s custa em torno de US$ 4 milhões. Isso sem contar o preço de produção dos anúncios, uma vez que muitos contam inclusive com um custoso elenco(James Franco e Arnold Schwarzenegger com certeza não saíram barato).

Curiosamente, o evento com intervalo comercial mais caro do mundo não é um investimento de retorno certo. De acordo com relatório da Crossmedia, agência de mídia digital que conduziu estudo sobre os impactos do Super Bowl em seus anunciantes, apenas 30% das marcas obtém, com os anúncios, aumento de vendas e, um tanto alarmante para uma exposição tão cara, menos de 70% dos anunciantes tem sua marca associada à peça que produziu. Um dado da tabela que pode causar susto é o baixíssimo aumento da visibilidade da marca (Brand Awareness), de apenas 15%. Para se interpretar esse dado é necessário ter em mente que as marcas que possuem dinheiro para tal investimento em comunicação geralmente são marcas já muito bem estabelecidas e conhecidas do público. Coca-cola, Pepsi, Hyundai, Jaguar, Doritos, quase todas são marcas de alcance global.

Outro aspecto digno de nota ao se assistir às peças do evento é a recorrência de alguns temas. Chrysler apresentando novamente um ícone americano (Bob Dylan) incitando o orgulho nacional e ressaltando o carro produzido em Detroit, cidade à beira do colapso financeiro.

Budweiser, veterana em aparições no evento, apelando novamente para o emocional com uma amizade improvável. Muito burburinho foi ouvido na internet quanto a este ser o comercial mais bonito dessa edição do Super Bowl.

O curioso é que a fórmula do anúncio é exatamente a mesma do ano passado, trocando-se somente os personagens principais da trama.

Estratégia bem menos repetitiva foi a adotada pela Wonder Pistachio, que produziu para o evento de 2013 aquele que é considerado um dos piores comerciais em muitos anos de Super Bowl, em que parodiava o clipe de Gan-Gan Style, do coreano PSY. Esse ano, a marca resolveu investir no comediante Stephen Colbert como garoto propaganda e fazer piadas com o fato de um produto tão incomum estar sendo apresentado.

Até mesmo os icônicos e criativos embates entre a Coca-cola e a Pepsi em seus anúncios do Super Bowl não apareceram. O polêmico comercial da Coca-cola, no entanto, ainda deve dar o que falar na web (mas isso será tema de um próximo post). Talvez a marca que melhor aproveitou seu tempo de exposição de forma criativa e interessante foi a Doritos, com essa divertida série de comerciais Abaixo os dois mais votados pelo público e que foram ao ar neste domingo.

Minha barba. Minha vida.