Já começo esse texto quebrando a última regra da SNET: não falar sobre a SNET.

Tudo começou com dois jovens cubanos que desejavam jogar DOTA juntos. Com apenas um cabo que conectava as duas casas, os garotos conseguiram passar por cima da rígida regularização da internet em Cuba. Não demorou para que a novidade se espalhasse pelo país, possuindo hoje, sua própria rede social (semelhante ao Facebook), sites de relacionamento, servidores de games e 20.000 usuários apenas em Havana.

A fim de desviar de maiores complicações, não é permitido o acesso à pornografia e discussões sobre religião, drogas e política. O governo cubano proibiu a utilização de aparelhos de Wi-Fi de 2.4GHz, forçando-os à recorrerem ao contrabando de tais equipamentos. Os cabos de rede são espalhados sob rodovias, em antenas telefônicas ou qualquer outro modo de mantê-los escondidos.

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Os usuários lêem revistas, assistem séries e filmes e jogam games norte-americanos. A velocidade do trânsito de informações das séries é extremamente rápida, dando aos cubanos, o acesso ao último episódio algumas horas depois de sua estreia, enquanto para os games, é necessário que os hackers burlem os sistemas de atualização para funcionar na rede local.

Mesmo para o país revolucionário, tais políticas de proibição impedem o acesso à cultura mundial e redes como a SNET podem significar esperança e mostram como causas ilegais podem estar englobadas por um bem maior.

 

Crítico mirim, desenhista amador, escritor júnior e futuro diretor (se tudo der certo).