Sinapse por Lucas Youssef, 28/04/2010

“Siga-me no Twitter”. Você certamente já viu ou ouviu a frase anterior. Talvez você tenha dito. Bem, se prepare para se deparar com a tal frase mais do que nunca – e dessa vez ela virá daqueles de quem você não se lembrou, os políticos. (Pausa para um estranhamento) Sim, as palavras que iniciam esse post serão de extrema importância para as grandes campanhas nas eleições presidenciais de 2010. Por causa de Barack Obama, essas campanhas tomarão – já tomaram – o espaço virtual como um de seus principais palcos. As redes sociais e as ferramentas oferecidas pelas internet são extremamente importantes para os políticos que procuram estreitar laços com os possíveis eleitores. Afinal, permitem uma conversação simples direta que não existe na maioria dos debates e entrevistas transmitidos pela televisão e possibilitam uma análise mais detalhada das propostas e dos projetos de diferentes candidatos. Mais do que isso, a internet representa dinheiro.

Conforme dito, Barack Obama, maior fenômeno político dos últimos tempos explica essa mudança nas campanhas por ter sido o primeiro político a utilizar a internet de maneira brilhante para a campanha, se tornando referência para outras pessoas públicas. O presidente dos Estados Unidos conseguiu uma façanha invejável: mobilizou pessoas do mundo inteiro em torno de sua candidatura e ainda conseguiu uma verba obscena para ajudá-lo a se eleger. Deve-se ressaltar “mundo inteiro”, pois grande parte de seus apoiadores não tinham influência direta sobre o resultado das eleições.

Para atingir tal fim, Obama participava durante a campanha (e ainda participa enquanto presidente) de 16 redes sociais (!), sendo algumas delas curiosas, como o MiGente e o Asian Ave, redes que visam os latinos e os asiáticos, respectivamente. Além de redes mais populares como o Twitter (@BarackObama), em que tem quase 3,8  milhões de seguidores atualmente, número que o deixa na quarta posição no ranking das contas mais seguidas. Na página de Obama no Facebook há outro número impressionante, os 8 milhões de fãs. Agora a parte de cair o queixo: só pela internet, graças à ajuda das redes, Obama conseguiu arrecadar 500 milhões de dólares! A quantia foi conseguida com 6,5 milhões de doações unitárias feitas com cartões de crédito. Para se ter uma idéia, o resto da arrecadação, com os doadores tradicionais como os mega empresários, rendeu “apenas” 100 milhões de dólares.

Ainda parece estranho imaginar o porquê de qualquer político se interessar pelo mundo virtual? Não. Mas no Brasil o contexto sócio-político é distinto em muitos aspectos: não temos Bush no poder e não temos a imagem negativa aos olhos do resto do mundo que os americanos tinham em 2008; tampouco uma população politicamente consciente, inclusa no mundo digital e disposta a doar muito dinheiro para campanhas dos tão desacreditados políticos. Então, como será e quais serão os frutos da utilização das redes sociais e de outras ferramentas?

Twitter: @yousseflucas @NewronioESPM